3º Domingo da Quaresma – Ano C

 (Ex 3,1-8a.13-15; Sl 102[103]; 1Cor 10,1-6.10.12).
1. Nossa liturgia se abre com essa lembrança de dois fatos: a manifestação de Deus a Moisés através de uma sarça ardente e o nome de Deus: ‘Eu sou’. Só esses dois elementos nos seria suficientes para pensar e meditar, mas o que se segue é ainda mais importante: a missão de Moisés, o que ele é chamado a ser.

2. Deus o requisita para ajudar a libertar o seu povo, mostrando que Ele não esqueceu aqueles que um dia chamou a ser um povo, o povo de Deus, por isso o nosso salmo faz uma recordação do agir de Deus: que liberta da opressão, que se compadece, que perdoa.

3. Paulo também faz memória de como foi o agir desse povo salvo por Deus, das suas infidelidades. Sua história foi conservada e meditada para que não façamos o mesmo. Que ninguém se iluda com o simples fato de ser cristão, a conversão sempre foi uma constante e um desafio para o ser humano em qualquer religião.

4. É essa questão da conversão que está no coração do nosso evangelho, pois esta requer uma reorientação do coração, da própria vida, pois em Jesus, Deus veio e vem ao nosso encontro. 

5. O novo ano já conseguiu bater recordes de desastres e mortes. Diante dos fatos que lhe trazem e que já conhece, Jesus deixa claro que o que aconteceu a essas pessoas não é um castigo divino, as razões são inúmeras.

6. A pergunta que se faz é: na nossa existência, situações como essas podem nos surpreender, como estará então, nossa relação com Deus, que fizemos da nossa vida? Nossa existência, misturada a dos demais, porta consigo algum diferencial?

7. É importante esse rememorar não só para tomarmos pé de onde estamos em nossa caminhada, mas também da nossa própria dignidade. Nessa memória, para quem crê, está também o nosso relacionamento com Deus.

8. Quantas vezes fomos visitados por Ele? Como tem sido a nossa resposta? Essa capacidade de reconhecer a gratuidade divina que insiste conosco e sua misericórdia manifestada no Filho deve nos levar, ou deveria, a uma mudança de atitude.

9. A conversão deve nos levar a uma sintonização com o coração de Deus, que por sua vez redireciona o nosso agir. Podemos ser vítimas de situações ‘n’ nesse mundo, mas nunca seremos esquecidos no coração de Deus.  

Pe. João Bosco Vieira Leite