(Eclo 27,5-8; Sl 91[92]; 1Cor 15,54-58; Lc 6,39-45).
1. Algumas sentenças populares
carregadas de sabedoria já faziam parte da tradição do povo de Deus, nascidas,
muitas vezes, da observação dos movimentos da vida, da natureza e das próprias
experiências pessoais. Mas o nosso autor, para entrar no espírito do evangelho,
faz uma observação.
2. Somos muito rigorosos na análise do
outro, para entendermos a imagem dos refugos do trigo, do vaso provado no forno
com que ele exemplifica. Mas se usássemos o mesmo critério conosco veríamos as
nossas numerosas falhas.
3. Por outro lado, algumas situações
requerem de nossa parte um julgamento, um discernimento sobre as atitudes e
capacidades do outro, e não sermos precipitados. Não confiamos em todos na
mesma medida. Por isso o autor pede que deixemos que suas atitudes e palavras o
acabem revelando...
4. Por fim chegamos ao final do tema
explanado por Paulo no capítulo 15 de sua carta aos Coríntios. Ele retoma o
ponto tratado anteriormente sobre a realidade do corpo espiritual e canta a
vitória de Cristo sobre a morte.
5. Mesmo com toda essa beleza do que
virá, ele pede que continuemos com os pés firmes aqui em baixo, no esforço
necessários da vida e no empenho da vivência da fé.
6. Acompanhamos as bem aventuranças em
Lucas, ouvimos Jesus esclarecer a identidade cristã a partir de certas atitudes
que nos desafiam a entender a dinâmica da não violência, do não fazer ao outro
o que não se quer para si e do não julgamento. Coisas para nos deixar um pouco
atônitos.
7. Ao final do capítulo, Lucas reúne
uma série de axiomas, ditados, proclamados por Jesus, seguindo a sabedoria
bíblica. Lembra-nos, num voo rasante, que não queiramos ensinar aos outros o
que ainda não vivemos, não aprendemos ou não acreditamos.
8. Deixar-se guiar tão somente pelo bom
senso dos homens, não nos faz cristãos. Não permitamos que nossas convicções
pessoais passem para os outros como palavra de Cristo, somos eternos discípulos
nesse processo de aprendizado e seguimento.
9. Desconfiemos dos que se sentem donos
da verdade, afinal, qual ser humano não tem seus próprios limites e quem muitas
vezes não é arrastado por uma avalanche de sentimentos e emoções? Há muitas
traves que nos impedem de ver o que nos propõe verdadeiramente o evangelho.
10. Jesus deseja que o evangelho seja
proposto com muita humildade, com muita discrição e com muito respeito, sem
condenar quem não pode ainda acolhê-lo, afinal, não possuímos também algumas
restrições?
Pe. João Bosco Vieira Leite