(1Jo 2,18-21; Sl 95[96]; Jo 1,1-18)
Oitava de Natal.
“Tudo foi feito por
ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito” (Jo 1,3).
“O Evangelho de
Marcos lembra que, diante dos milagres e do ensinamento de Jesus, as pessoas se
perguntavam: ‘O que é isso? Uma doutrina nova, dada com autoridade! ’ (1,27). O
próprio Jesus pergunta aos discípulos: ‘Quem as pessoas dizem que eu sou?’
(8,27). Em nome dos discípulos Pedro responde: ‘Tu és o Cristo’ (8,29). E o
oficial romano, vendo Jesus morrer, diz: ‘Verdadeiramente, este homem era Filho
de Deus’ (15,39). Aos evangelhos aprofundam a resposta teológica sobre a
origem divina e humana de Jesus. Na genealogia, Mateus apresenta Jesus como
descendente de Abraão e de Davi. Em Lucas, a genealogia chega até Adão, origem
da humanidade. Nas histórias da infância Jesus é apresentado como o Messias,
descendente de Davi, através de José, mas filho de Maria, concebido do Espírito
Santo; portanto, Filho de Deus. Paulo admite a origem humana de Jesus,
descendente de Davi, e sua preexistência divina: ‘Quando chegou a plenitude dos
tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher e sob a lei’ (Gl 4,4).
‘[...] Nascido da descendência de Davi segundo a carne, constituído Filho de
Deus, poderoso segundo o Espírito Santificador’ (Rm 1,3-4). João aprofunda a
ideia da preexistência de Jesus Cristo. Ele é a Palavra que, no princípio, estava
junto de Deus e era Deus (Jo 1,1-2). Por essa Palavra foram feitas todas as
coisas (v.3). A Palavra criadora, porém, ‘se fez carne e habitou entre nós’ (v.
14). Brilhou como Luz no meio das trevas. Aos que acolheram a Luz foi dada a
plenitude da graça (v. 16) e o poder de se tornarem filhos de Deus, e agora,
cumprida a missão, a Palavra está no seio do Pai, como Filho único de Deus (v.
18). – Ó Deus de infinita sabedoria e bondade, enviaste ao mundo tua
Palavra criadora, teu Filho querido, que se tornou humano como nós. Vieste
morar conosco para nos fazer teus filhos. Concede-nos a graça de viver na
comunhão do teu amor e participarmos da vida eterna. Amém” (Ludovico
Garmus – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).
Pe. João
Bosco Vieira Leite