(Ap 14,14-19; Sl 95[96]; Lc 21,5-11)
34ª Semana do Tempo Comum.
“Mas eles
perguntaram: ‘Mestre, quando acontecerá isso? E qual vai ser o sinal de que
essas coisas estão para acontecer?’” Lc 21,7.
“O triste e trágico
anúncio de Jesus a respeito do templo, que não ficaria pedra sobre pedra (Lc
21,6), provoca uma pergunta de esclarecimento da parte dos discípulos. Eles
pedem detalhes sobre a data do acontecimento e sobre o eventual ‘sinal’ que
poderá precedê-lo. Jesus havia falando do templo e de sua estrutura. É evidente
que a pergunta dos discípulos se refira a este. Jesus diz ignorar o dia e a
hora do desastre anunciado, mas adverte que será uma terrível chaga que porá à
dura prova a fé e a vida dos fiéis. Não se trata só de superar as insídias dos
inimigos, sempre bem perceptíveis, mas as dos próprios companheiros de fé, gente
que se apresenta e fala ‘em nome de Cristo’ (v. 8). Mesmo com este ‘nome’ na
mente ou na boca, pode alguém enganar-se, dizer despropósitos, e até blasfemar.
Seria o erro mais grave a se cometer. Os ataques a descoberto, por parte dos
adversários, podem ser identificados e combatidos. Em momentos de crise, de
grave confusão, há sempre quem tem respostas prontas para resolver
‘milagrosamente’ as dificuldades. A destruição do templo, orgulho da nação
judaica, se insere num quadro mais amplo de ‘acontecimentos’ bélicos e
telúricos. Haverá perturbações, revoluções ‘em diversos lugares’ e ‘grandes
sinais vindos do céu’. São afirmações claras, mas que não podem ser tomadas ao
pé da letra sem ter presente a natureza e os artifícios da linguagem profético-apocalíptica.
– Jesus, em meio ao desabar de tantas construções humanas, sereis
sempre nosso verdadeiro e único libertador. Ajudai-nos, Senhor, para não
sucumbirmos. Amém” (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças a
Deus (1995) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite