Terça, 06 de novembro de 2018


(Fl 2,5-11; Sl 21[22]; Lc 14,15-24) 
31ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘Um homem deu um grande banquete e convidou muitas pessoas’’’ Lc 14,16.

“A imagem jubilosa do convite para um banquete é ligada por Jesus à trágica experiência de recusa. Parece paradoxal recusar o convite para uma festa e, no entanto, representa uma constante na lógica do Reino. Este, de fato, deve ‘escolher-se’, isto é, ser objeto de avaliações que o levam ao centro da nossa vida. Só na medida em que é ‘escolhido’ é que o Reino de Deus enche o coração de alegria de que é portador. Hoje muitas pessoas não se colocam na atitude de conflito aberto com o Reino de Deus: basta pensar em tantas famílias que continuam a pedir os sacramentos para os seus filhos. Todavia, a este pedido, frequentemente, não se segue um compromisso correspondente para analisar as suas consequências, a sua inerência com os seus projetos de vida. A fé, nessa perspectiva, não é ‘opção’, é antes um hábito, não a dimensão central, fermento novo de decisões, mas marginal; recorda um pouco aquele ‘não podemos dizer que não somos cristãos’. Que fazer para minimizar esses pressupostos e fazer compreender a dimensão, ao mesmo tempo jubilosa e comprometedora, da nossa pertença a Cristo? É verdade, este é um desafio da pastoral de hoje, e não existem receitas de fácil solução. Todavia, pode-se dizer com segurança que será necessário situar-se no interior de um estilo de profundo acolhimento do próximo e do seu percurso, do encontro sem preconceitos, porque somente num clima de acolhimento é que o outro pode formular as suas perguntas mais verdadeiras. Mas atitude acolhedora significa acolhimento de quem precisa, dar espaço aberto a quem se esforça por caminhar na vida, atenção às necessidades dos pobres... Deste modo a fé anunciada torna-se uma fé testemunhada, uma fé ‘escolhida’, capaz por sua vez de gerar outras escolhas” (Giuseppe Casarin (org.) – Lecionário Comentado – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite