(Fl 2,5-11; Sl 21[22]; Lc 14,15-24)
31ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus respondeu: ‘Um
homem deu um grande banquete e convidou muitas pessoas’’’ Lc 14,16.
“A imagem jubilosa do
convite para um banquete é ligada por Jesus à trágica experiência de recusa.
Parece paradoxal recusar o convite para uma festa e, no entanto, representa uma
constante na lógica do Reino. Este, de fato, deve ‘escolher-se’, isto é, ser
objeto de avaliações que o levam ao centro da nossa vida. Só na medida em que é
‘escolhido’ é que o Reino de Deus enche o coração de alegria de que é portador.
Hoje muitas pessoas não se colocam na atitude de conflito aberto com o Reino de
Deus: basta pensar em tantas famílias que continuam a pedir os sacramentos para
os seus filhos. Todavia, a este pedido, frequentemente, não se segue um
compromisso correspondente para analisar as suas consequências, a sua inerência
com os seus projetos de vida. A fé, nessa perspectiva, não é ‘opção’, é antes
um hábito, não a dimensão central, fermento novo de decisões, mas marginal;
recorda um pouco aquele ‘não podemos dizer que não somos cristãos’. Que fazer
para minimizar esses pressupostos e fazer compreender a dimensão, ao mesmo
tempo jubilosa e comprometedora, da nossa pertença a Cristo? É verdade, este é
um desafio da pastoral de hoje, e não existem receitas de fácil solução. Todavia,
pode-se dizer com segurança que será necessário situar-se no interior de um
estilo de profundo acolhimento do próximo e do seu percurso, do encontro sem
preconceitos, porque somente num clima de acolhimento é que o outro pode
formular as suas perguntas mais verdadeiras. Mas atitude acolhedora significa
acolhimento de quem precisa, dar espaço aberto a quem se esforça por caminhar
na vida, atenção às necessidades dos pobres... Deste modo a fé anunciada
torna-se uma fé testemunhada, uma fé ‘escolhida’, capaz por sua vez de gerar
outras escolhas” (Giuseppe Casarin (org.) – Lecionário Comentado –
Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite