Segunda, 26 de novembro de 2018

(Ap 14,1-5; Sl 23[24]; Lc 21,1-4) 
34ª Semana do Tempo Comum.

“Diante disso, ele disse: ‘Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos’” Lc 21,3.

“O Templo de Jerusalém transformara-se numa espécie de banco central do país. Os ricos, contando com a segurança que lhes proporcionavam os bens acumulados, pensavam poder impressionar a Deus, à custa de gastos exagerados de vaidade e exibicionismo. A observação de Jesus, contemplando as atividades em torno da caixa de ofertas do Templo, corresponde ao modo divino de considerar aquela situação. Deus considera a qualidade da oferta e não sua quantidade; a disposição do coração, não exibicionismo exterior; o grau de desapego dos bens deste mundo, não a busca inútil de aplausos. O óbolo da pobre viúva, comparado com a prodigalidade dos ricos, passava despercebido. Para que serviriam uns poucos centavos? Quantitativamente considerados, nada representavam. Uma oferta inútil, irrelevante, sem nenhuma importância. Por isso, a oferta da pobre viúva – duas moedinhas sem muito valor –, aos olhos de Deus valeu mais que as grandes quantias depositadas pelos ricos. Na percepção de Jesus, o gesto da pobre viúva foi ponderado de maneira diferente. Tendo ela oferecido tudo quanto lhe restava para viver, expressava total confiança na providência divina. A generosidade da viúva pobre é uma boa lição para nós, discípulos de Cristo. Ela foi capaz de arriscar tudo, por saber que tudo era dom de Deus. Não tinha ânsia de acumular, nem corria o perigo de confiar nos bens materiais, colocando Deus em segundo plano. A sua era a verdadeira piedade! Podemos dar muitas coisas, como os ricos, mas nada disso terá valor se só dermos ‘daquilo que nos sobra’, sem amor e sem espírito de generosidade, sem nos oferecermos a nós próprios. Ela deu o que possuía. Tinha muito, porque tinha Deus no seu coração. – Pai, dá-me um coração de pobre, libertado da obsessão de acumular e seja capaz de partilhar até do que é necessário, porque confio totalmente no teu amor providente (Sônia de Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia a dia (2017) – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite