Para esse dia a liturgia oferece uma
gama de textos que podem ser escolhidos pelo celebrante. Tomamos para nossa
reflexão Ap 14,13:
“Ouvi uma voz que dizia: ‘escreve: felizes os mortos
que morrerem no Senhor de agora em diante – sim, diz o Espírito – para
descansarem de seus trabalhos, pois suas obras os seguem”.
“Na comemoração dos
fiéis defuntos somos convidados a estender nossa fraternidade aos irmãos
falecidos, pedindo ao Senhor que, em sua misericórdia, lhes conceda, quanto
antes, a felicidade dos que nele morrem, o descanso por seus trabalhos e
fadigas, o prêmio por suas obras. A comemoração impele-nos também a caminhar na
fé e na caridade. Aviva nossa esperança. Uma esperança tão forte e de tal modo
impressa em nossos corações que é capaz de afastar todos os receios, até mesmo
o da morte. Para o cristão, a morte não é um fim absoluto ou decisivo. É apenas
a conclusão de uma etapa da vida – a existência terrena – e início de outra
etapa completa e definitiva, a da vida eterna. A primeira deve ser preparação
para a segunda. Daí a necessidade de, na penumbra da vida terrena, caminharmos
sempre à luz da fé, para que nossos passos não vacilem na peregrinação para a
eternidade. Este é o projeto que Cristo nos deixou: projeto cheio de esperança,
fundamento de nossa alegria e de nossos compromissos de fraternidade. Não nos é
´possível ver a Deus nesse mundo. Precisamos morrer para vê-lo. Eis porque a
morte, à luz da fé cristã, se ilumina de extraordinária perspectiva. É com
esperança que os cristãos celebram esse dia de recordação e de dor. – Senhor,
a certeza de que nos esperais é que nos leva a compreender que vale a pena
viver e vale a pena morrer. Aumentai, Senhor, a nossa fé. Amém” (Ralfy Mendes
de Oliveira – Graças a Deus (1995) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite