Segunda, 12 de novembro de 2018

(Tito 1,1-9; Sl 23[24]; Lc 17,1-6) 
32ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus disse aos seus discípulos: ‘É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos!’” Lc 17,1.

“A palavra grega skandalon designa etimologicamente uma pedra de tropeço, qualquer obstáculo ou estorvo no caminho, a ponto de fazer a pessoa desviar da rota. Em sentido figurado é uma palavra, um gesto (solicitação ou mau exemplo) capaz de induzir, a quem escuta ou vê, a comportar-se erroneamente. Em convivência comunitária a influência dos maus pode vir a ser mais forte que o exemplo dos bons. Na Igreja das origens cristãs não deviam faltar aqueles que perturbavam as consciências dos simples com comportamentos inconvenientes. A afirmação inicial (v. 1) parece considerar inevitável, o que não impede que Lucas pronuncie severas reprovações contra aqueles que o causam. O ‘ai daqueles’ soa como uma espécie de maldição. Anuncia o rigoroso julgamento para aqueles que se tornarem responsáveis por esta culpa. Jesus emprega a mesma linguagem contra os ricos que agora riem, estão saciados, aplaudidos, e que logo verão mudada a sua sorte (6,24-26). Pode acontecer que os provocadores de escândalos sejam eles mesmos ou outros de sua classe: os monopolizadores do dinheiro e da cultura, os doutos, os mestres do saber. O escândalo envolve sempre determinada categoria de pessoas: os pequenos, isto é, os fracos, aqueles que não possuem suficiente segurança psicológica e maturidade espiritual. Os escândalos são mais deletérios quando provêm de pessoas mais influentes. A estes adverte a Sabedoria: ‘Amai a justiça, vós que governais a terra e, com simplicidade de coração, tende bons sentimentos para com o Senhor e procurai-o’ (Sb 1,1) – Senhor, fazei-me compreender que sou responsável por meus irmãos, particularmente pelos mais desamparados. Amém” (Ralfy Mendes de Oliveira – Graças a Deus (1995) – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite