(Fl 1,18-26; Sl 41[42]; Lc 14,1.7-11)
30ª Semana do Tempo
Comum.
“Assim como a corça
suspira pelas águas correntes, suspira igualmente a minha alma por vós, ó meu
Deus” Sl 42,2.
“A ocasião em que
mais tive sede na vida foi, quando eu era adolescente, trabalhando em uma
fazenda durante a temporada de feno. O dia estava quente e o trabalho, árduo.
Havíamos secado, horas mais cedo, o pequeno refrigerador de água, mas
permanecemos no campo enfardando o feno antes que a tempestade prevista
danificasse a grama seca. Continuamos trabalhando para deixar tudo enfardado,
empilhado e coberto. Minha sede era insuportável durante o trajeto de trator de
volta para o celeiro. Minha boca e garganta pareciam cheia de areia grossa. Eu
estava fraco e tonto, e havia parado de suar cerca de uma hora antes. A única
coisa que eu pensava era água – água fresca e refrescante da bomba do quintal
da casa da fazenda. Quando chegamos lá, bebemos, bebemos e bebemos. Foi assim
que o salmista se sentiu quando escreveu esses salmos, como uma corça em busca
frenética por água em um tempo de seca. O autor não estava sedento por água;
entretanto, ele estava sedento por Deus. Por alguma razão, esse fiel estava
longe do templo de Deus. Talvez uma viagem a trabalho, uma emergência familiar
ou um problema físico o tivesse impedido de adorar em Jerusalém. Ele pensava
naqueles tempos de culto do passado (v. 4), mas não tinha oportunidade no
presente. Além disso, o salmista estava desanimado; sua alma, seu ser interior,
estava abatida (42,5-6; 43,5). Seu desânimo revela outra dimensão de seu anseio
por Deus. E se o autor não apenas tivesse se afastado fisicamente da presença
visível de Deus em Jerusalém, mas também de uma vida de obediência a Deus?
Nesse lugar de separação do Senhor, o salmista volta à razão e sente o anseio
renovado por estar na presença de Deus, em adoração diante dele. [...] Jesus é
a resposta ao clamor do Salmista: ‘Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem
crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva’
(João 7,37-38) – ‘Talvez você esteja alimentando ultimamente uma
pequena depressão... sentimentos de inquietação interior, ou mesmo desespero.
Acabamos de ler o que o salmista perguntou a si mesmo: ‘Por que você está assim
tão triste, ó minha alma?’ (42,5). É um bom momento para você fazer o mesmo.
Pergunte a si mesmo: por quê? É de grande ajuda apontar a razão, ou as razões,
por trás da agitação interior. Uma vez que você colocou o dedo na ferida,
converse com Deus a respeito. Peça a ajuda dele. Expresse seu desejo a ele.
Peça alívio.’ (Chuk Swindoll)” (Douglas Connelly - Guia
Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite