(Ap 5,1-10; Sl 149; Lc 19,41-44)
33ª Semana do Tempo Comum.
“Se tu também
compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está
escondido aos teus olhos!” Lc 19,42.
“Jerusalém
tornaram-se símbolos da obstinação de um povo sem disposição para ouvir os
apelos de conversão que lhe eram dirigidos pelo Messias. O Templo fora
transformado em casa de câmbio e lugar de exploração dos pobres. O culto estava
longe de agradar a Deus, por se reduzir a mera exterioridade. O sacerdócio
perdera sua característica própria, para se tornar objeto de disputa. Os
peregrinos eram vistos como meio de enriquecimento de um grupo de
aproveitadores. Por isso, o Filho de Deus não reconhecia mais aquela cidade e o
Templo como lugares de habitação de seu Pai. A visita de Jesus a Jerusalém,
símbolo da presença de Deus no meio do povo, lugar de peregrinação dos fiéis de
todos os cantos do mundo, evocação da longa história de amor do Senhor por Israel,
foi a derradeira chance que Jesus lhe ofereceu para se converter. As duras
palavras que Jesus usa contra Jerusalém, a cidade santa, seguem os rumos da
antiga pregação profética. Entretanto, as palavras proféticas caíram no vazio.
O povo não lhes deu atenção. Jesus fica comovido ao contemplar a cidade santa
de Jerusalém, mais do que com lágrima, com soluços e gritos, como sugere o
termo grego, é um claro indício da gravidade da situação. Foi um apelo quase
desesperado à conversão. Se ela fosse capaz de compreender que estava sendo
visitado pelo mensageiro da paz, haveria de ser solícita em converter-se. Se
tivesse usado o bom-senso, teria obtido a salvação. Mas como se manteve
obstinada no seu pecado, só lhe restava preparar-se para o castigo iminente. O povo
não lhes deu atenção. Sua dureza de coração fez com que os designíos de Deus se
mantivessem ocultos para ela. – Pai, dá-me o bom-senso de dar ouvido a
Jesus e converter-me conforme os seus apelos” (Sônia de
Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia a dia (2017) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite