Terça, 25 de setembro de 2018


(Pr 21,1-6.10-13; Sl 118[119]; Lc 8,19-21) 
25ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põe em prática’” Lc 8,21.

“Quantas autoridades já não se enredaram em nepotismo e outras formas de corrução por causa de parentes? O público passa a ser visto como privado por familiares que desejam tirar vantagem. É mãe, é pai, é irmão, é mulher, é filho. Até primo em segundo ou terceiro grau. Evidentemente, esse não era o caso de Maria e dos irmãos de Jesus. Queriam apenas vê-lo. Mas ver por quê? Curiosidade? Afinal, um membro da família saíra do anonimato e se tornara um conhecido pregador e curandeiro. Ou preocupação? Com certeza não lhes era desconhecida a oposição dos líderes religiosos da época nem o perigo representado por isso. Interferência no seu ministério? Talvez. Ainda hoje familiares querem dizer a pastores e padres como eles devem praticar o seu ministério. Seja qual for o motivo, Jesus aproveita o ensejo para dar a todos os circunstantes uma magnifica lição: os mais profundos laços de sangue são os criados pela Palavra de Deus, laços evidenciados pela fé e amor. Essa atitude, sem nenhuma dúvida, deve reforçar e até mesmo alterar o relacionamento que temos com as pessoas que têm a mesma fé em Cristo. Às vezes, a igreja parece mais um cinema em que, terminada a sessão, cada qual toma o seu rumo sem nem ao menos saber quem esteve ali junto. A comunhão espiritual, parece, não dá liga aqui na terra. São desconhecidos que se veem de vez em quando! Mas são irmãos na fé, têm entre si um laço muito mais poderoso que o sangue ou outro qualquer parentesco: a fé em Cristo, fé que passa pelo próprio sangue de Cristo. – Senhor Jesus, ajuda-nos a amar a todos: nossos familiares, nossos irmãos na fé e a todos os que estão neste mundo, pois todos são filhos de Deus. E todos eles precisam do teu Evangelho, pois, ao derramares teu sangue na cruz, por todos derramaste” (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia (2015) – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite