(1Cor 6,1-11; Sl 149; Lc 6,12-19)
23ª Semana do Tempo Comum.
“Naqueles dias, Jesus
foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. Ao
amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o
nome de apóstolos” Lc 6,12-13.
“Iniciando sua
carreira como um rabi ou mestre na idade habitual de 30 anos. Jesus começou a
recrutar discípulos. Todos os rabis de seu tempo faziam isso. No entanto, doze
dos escolhidos por Jesus foram chamados a desempenhar papéis especiais e
convidados para uma intimidade especial. Durante os três anos seguintes, Jesus
passaria a maior parte de seu tempo preparando esses doze homens. A
visão-mestra seria gradualmente apresentada a eles na pessoa e no ensinamento
de Jesus. Ao falar sobre, o Senhor usava com frequência uma forma literária que
começava com ‘Bem-aventurados (felizes) são os que...’. Damos-lhes o nome de
bem-aventuranças porque a palavra latina beatus significa
‘feliz’. Essas bem-aventuranças eram e são a fórmula de Jesus para a verdadeira
felicidade e para uma vida plena. Requerem um entrega absoluta em termo de fé.
‘Bem- aventurada (feliz) é a pessoa que tem fé em mim!’ (ver Lc 7,23). Muitas
das antigas atitudes desses doze homens foram contestadas por essas novas
bem-aventuranças. Na verdade, parece que Jesus está lhes dizendo que aquilo a
que dedicaram a vida não valia a pena, e que as coisas que pensavam que os
tornaria felizes eram ilusões vazias que só os decepcionariam. Muitas vezes,
seus ensinamentos pareciam fazer exigências quase impossíveis de realizar.
Certa vez pensei que os doze apóstolos não eram muito brilhantes, que lhes
faltava discernimento ou inteligência para aprender as lições de seu Mestre.
Contei dezessete passagens dos Evangelhos em que Jesus lhes pergunta: ‘Ainda
lhes falta compreensão?’ Em nossa linguagem cotidiana, provavelmente
traduziríamos essa frase por ‘Não pescou nada, não é?’ Pensei essas coisas
certas vez, mas não penso mais. Agora sei que o verdadeiro desafio de Jesus não
era uma questão de Inteligência, e sim, em última instância, um desafio de
renunciar a uma visão antiga e aceitar outra nova. Era uma questão de fé
radical e confiança profunda” (John Poweel – As Estações do
Coração – Loyola).
Pe.
João Bosco Vieira Leite