25º Domingo do Tempo Comum – Ano B


(Sb 2,12.17-20; Sl 53[54]; Tg 3,16—4,3; Mc 9,30-37).

1. Como tema de abertura de nossa liturgia da Palavra temos um trecho do Livro da Sabedoria, livro do nosso estudo para esse mês da Bíblia. Ele faz parte de um contexto mais amplo onde se reflete a situação do judeu piedoso vivendo num ambiente pagão e provado em sua fé.

2. Esse ambiente de perseguição vivido por ele nos prepara a entender a paixão de Jesus anunciada uma segunda vez no evangelho de hoje. É Ele o justo perseguido e provado na sua fidelidade a Deus e que alcançará vitória em sua fé. O raciocínio dos ímpios está errado, tanto quanto os discípulos no evangelho. 

3. É a esse poder divino que o nosso salmista eleva sua prece pedindo ajuda e renovando a sua esperança, elevando um antecipado agradecimento.

4. Falando em sabedoria, Tiago orienta a comunidade a refletir sobre os sentimentos que internamente estão em conflito e o que seria o ideal para uma vivência fraterna mais aos moldes da própria condição de Filhos de Deus.

5. O mundo lá fora já vive tais conflitos e os frutos já conhecemos. Então rezemos de um modo correto, pedindo sabedoria e discernimento para o nosso caminhar na vida e nas relações que construímos ao longo da mesma.

6. Jesus está fazendo um caminho com seus discípulos que tem um caráter não tanto geográfico, mas teológico. A meta geográfica é Jerusalém, onde se dará a paixão. A meta teológica é fazer os discípulos compreenderem que o caminho do seguimento passa por aqui. O medo e a recusa de compreenderem são obstáculos a serem superados.

7. Jesus, como Mestre, vai pacientemente iluminando essa estrada. Hoje ele nos fala da dimensão do serviço. Por isso eles se envergonham quando interrogados sobre o que iam conversando pelo caminho. Tanto a figura da criança quanto do servo estão colocados em último lugar na escala social vigente.

8. É esse modo de pensar do Mestre em divergência com o pensar dos discípulos que precisam convergir e ao mesmo tempo converter-se numa nova trajetória. Isso demanda tempo, pois vivemos presos nesse dilema da escuta e da tentação constante de irmos por outro caminho que não é o de Jesus.

9. “Infelizmente ainda encontramos tempo para competir com nosso vizinho, para chegarmos a ocupar o primeiro lugar, sentimo-nos e julgamo-nos os únicos que agimos corretamente, e depois sentimo-nos no direito de exprimir juízos inapeláveis acerca de tudo o que os outros fazem. Muitas vezes lamentamo-nos porque o nosso papel na família, no trabalho, na paróquia, na comunidade não é valorizado suficientemente, enquanto esperamos não sermos daqueles que se afastaram porque, porventura, não encontramos livre o primeiro lugar. Mas agora queremos regressar ‘ao nosso lugar’, que é o de Jesus, o último!” (Giuseppe Casarim – Lecionário Comentado – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite