(Ef 4,1-7.11-13; Sl 18[19A]; Mt 9,9-13)
São Mateus. Apóstolo e
evangelista.
“Jesus viu um homem,
chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos e disse-lhe: ‘Segue-me!’ Ele
se levantou e seguiu Jesus” Mt 9,9.
“’Não ajunteis para
vós tesouros na terra...’ Eis as palavras de Jesus que se leem no evangelho de
Mateus. E tal advertência deve tê-lo tocado de modo particular. Era, com
efeito, coletor de impostos em Cafarnaum antes de unir-se aos outros apóstolos.
Respondeu com entusiasmo ao chamado do Mestre. ‘Levi’ – Lucas chama-o por seu
velho nome – ‘ofereceu-lhe então uma grande festa em sua casa, e com ele estava
à mesa numerosa multidão de publicanos e outras pessoas’. Uma festa, portanto,
de adeus aos amigos de um tempo, usurários e agiotas, para seguir o Mestre, de
cujo ensino fizera corajosamente tesouro. ‘Não podeis servir a Deus e ao
dinheiro’, ‘Mateus, o publicano...’: o evangelista repete várias vezes esse
apelativo, ‘para demonstrar aos leitores’, escreve são Jerônimo, ‘que ninguém
deve se desesperar da salvação, quando se converte a uma vida melhor’. E são
Pedro Crisólogo comenta: ‘Aquele que tirava o dinheiro das pessoas, tornou-se
dispensador da graça. Aquele que se tinha formado na escola da impiedade, tornou-se
mestre de piedade humana; o mestre da cupidez transformou-se no doutro de
misericórdia’. Depois do episódio da vocação de Levi-Mateus, não se tem notícia
outra notícia direta sobre este apóstolo. Parece que depois de Pentecostes não
compareceu diante dos juízes nem deu testemunho de Cristo com o martírio,
embora algumas fontes (pouco confiáveis) descrevam com abundância de
particulares seu martírio. Mateus teria sido lapidado, queimado e decapitado na
Etiópia. Daí suas relíquias teriam sido levadas primeiro à Paestum, depois
definitivamente à vizinha Salerno, onde são até hoje veneradas. Mas de Mateus
resta aquele extraordinário testamento de fé e de amor, que é seu evangelho.
Este foi escrito seguramente antes da destruição de Jerusalém e, não há dúvida,
endereçado aos judeu-cristãos, por causa da preocupação que se nota em suas
páginas de demonstrar a seus correligionários que Cristo é o Messias de que
fala a escritura” (Mario Sgarbossa – Os santos e os beatos –
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite