Sábado, 15 de setembro de 2018


(Hb 5,7-9; Sl 30[31]; Jo 19,25-27) 
Nossa Senhora das Dores.

“Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu” Hb 5,8.

“Aprender. Como é que se aprende? Aprende-se por causa de uma carência, no caso, uma ignorância. O Onisciente, portanto, não teria o que aprender. Ora, o Filho de Deus não teria motivos ou lacunas que o levasse a aprender. Já saberia tudo. As palavras do nosso texto, porém, nos dizem que ele aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos. Estamos, então, falando da mesma coisa, ou da mesma pessoa, ou usando a linguagem dos paradoxos, linguagem útil para provocar espanto nas pessoas? Quem, portanto, aprendeu o quê e como? Ora, as palavras são claras: o Filho de Deus aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos. A dificuldade se desvela quando percebemos o seguinte: a pessoa, embora seja a mesma, tem duas naturezas, a divina e a humana. Conforme a segunda, agravada pelo estado de humilhação, tudo. Jesus, portanto, foi um homem normal, verdadeiro, autêntico e não uma simples fantasia para servir de escudo à divindade. E uma vez, então se decidiu a resolver o problema da humanidade – pagar sua culpa assumindo a condenação dela decorrente –, teve de aprender na própria pele a obedecer através dos sofrimentos, sofrimentos humanamente reais. – Ó Deus, como seres humanos sofremos muitas angústias em decorrência de nossas limitações e, especialmente, da nossa finitude. Faze-nos ver que isso tudo repercute nas dores de Cristo e que, em sua paixão e morte, Ele superou os nossos limites e nos lançou para o teu eterno abraço. Amém” (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia (2015) – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite