(1Cor 11,17-26.33; Sl 39[40]; Lc 7,1-10)
24ª Semana do Tempo
Comum.
“Ouvindo isso, Jesus
ficou admirado. Virou-se para a multidão e disse: ‘Eu vos declaro que nem mesmo
em Israel encontrei tamanha fé’” Lc 7,9
“Narrando a caminhada
de fé do centurião, o Evangelho diz-nos como podemos acolher a Deus e ao seu
Enviado. O centurião é caracterizado, antes de mais, por uma grande humanidade:
tem boas relações com os judeus, a ponto de ser benfeitor (e isto constituía um
fato insólito para um ocupante romano). Além disso, preocupa-se com o seu servo
doente: não era normal naquele tempo ‘estimar muito’ (7,2) os servos. O
centurião faz o bem porque é temente a Deus e por isso respeita as pessoas.
Além dessa grande humanidade, Lucas coloca em relevo a humildade e a fé desse
homem. A humildade permite-lhe reconhecer a distância que existe entre ele e
Jesus. Por isso não O interpela pessoalmente, mas ‘envia-Lhe alguns anciãos dos
judeus para lhe pedir que vá salvar aquele servo’ (7,3) e, quando Jesus se
dirige para a sua habitação, não se julga digno de hospedá-Lo. Finalmente, tem
uma fé muito grande na eficácia da Palavra do Mestre. Partindo de uma
consideração sobre a autoridade da sua palavra humana, o centurião está certo
de que na Palavra de Jesus opera o poder de Deus. O centurião demonstra que o
modo normal para encontrar a Deus e ao seu Enviado não é a visão, mas a fé na
sua Palavra. Ele faz parte daqueles que Jesus proclamará bem-aventurados porque
‘acreditam sem terem visto!’ (Jo 20,29). Perante uma fé assim, o Mestre fica
admirado: por um lado temos a estupefação do centurião pela condescendência de
Jesus, que Se dirige para sua casa; e, por outro temos a admiração de Jesus
pela fé humilde e corajosa do centurião” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite