Segunda, 17 de setembro de 2018


(1Cor 11,17-26.33; Sl 39[40]; Lc 7,1-10) 
24ª Semana do Tempo Comum.

“Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão e disse: ‘Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé’” Lc 7,9

“Narrando a caminhada de fé do centurião, o Evangelho diz-nos como podemos acolher a Deus e ao seu Enviado. O centurião é caracterizado, antes de mais, por uma grande humanidade: tem boas relações com os judeus, a ponto de ser benfeitor (e isto constituía um fato insólito para um ocupante romano). Além disso, preocupa-se com o seu servo doente: não era normal naquele tempo ‘estimar muito’ (7,2) os servos. O centurião faz o bem porque é temente a Deus e por isso respeita as pessoas. Além dessa grande humanidade, Lucas coloca em relevo a humildade e a fé desse homem. A humildade permite-lhe reconhecer a distância que existe entre ele e Jesus. Por isso não O interpela pessoalmente, mas ‘envia-Lhe alguns anciãos dos judeus para lhe pedir que vá salvar aquele servo’ (7,3) e, quando Jesus se dirige para a sua habitação, não se julga digno de hospedá-Lo. Finalmente, tem uma fé muito grande na eficácia da Palavra do Mestre. Partindo de uma consideração sobre a autoridade da sua palavra humana, o centurião está certo de que na Palavra de Jesus opera o poder de Deus. O centurião demonstra que o modo normal para encontrar a Deus e ao seu Enviado não é a visão, mas a fé na sua Palavra. Ele faz parte daqueles que Jesus proclamará bem-aventurados porque ‘acreditam sem terem visto!’ (Jo 20,29). Perante uma fé assim, o Mestre fica admirado: por um lado temos a estupefação do centurião pela condescendência de Jesus, que Se dirige para sua casa; e, por outro temos a admiração de Jesus pela fé humilde e corajosa do centurião” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite