Sábado, 8 de setembro de 2018


(Mq 5,1-4; Sl 70[71]; 12[13]; Mt 1,1-16.18-23) 
Natividade de Nossa Senhora.  

“Sois meu apoio desde antes que nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo: para vós meu louvor eternamente!” Sl 71,6.

“O nascimento de Maria é celebrado por causa do nascimento de Cristo. Nela se cumpre o desígnio da salvação que perpassou a descendência dos filhos de Davi, filho de Abraão, conforme o relato da genealogia e nascimento de Cristo que se escuta no evangelho de Mt 1,1-16.18-23. Mediante a lista dos nomes (três grupos de sete dinastias), o evangelista não pretende simplesmente elencar os antepassados do Messias; ele quer sobretudo apresentar a interpretação teológica da história de Israel, ou seja, mostrar a continuidade da ligação histórica de Deus com os homens. No último anel da corrente, o esquema constantemente repetido ‘de pai para filho’, interrompe-se: ‘Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo’. Desse modo chama-se a atenção sobre um fato novo: a presença do mistério, a geração ‘do alto’. É fato conhecido como a exegese patrística tenha interpretado em sentido mariano o versículo do salmo responsorial: ‘De Sião se dirá: ‘um e outro nela nasceu’’ (da ‘Filha de Sião’ nasceu Cristo, Deus e homem). O trecho evangélico continua, de fato, inserindo a descrição da Mãe no mistério do Filho: ‘A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José’. Terminando, enfim, com a citação do oráculo de Isaias sobre a Virgem que conceberá a dará à luz o Emanuel (cf. Is 7,14), o evangelho orienta para Cristo a celebração da Natividade de Maria, saudada na oração depois da comunhão como ‘esperança e aurora de salvação para o mundo inteiro’. O nascimento da Mãe é, portanto, um ‘mistério’ que deve ser celebrado, visto que pertence ao ‘mistério do Filho’. Coloca-o em evidência o oráculo de Mq 5,1-4a referente a Belém, escolhido como primeira leitura por causa daquele que ali nascerá, ‘quando a mãe der à luz’ para ser o Senhor de Israel e o pacificador universal. A eterna eleição de Cristo, de fato, leva consigo a eleição de sua Mãe: veja a leitura alternativa de Rm 8,28-30. O único desígnio salvífico decretado no segredo da Trindade inclui na encarnação do Filho também o nascimento da Virgem” (Corrado Maggioni – Maria na Igreja em oração – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite