(1Cor 2,1-5; Sl 118[119]; Lc 4,16-30)
22ª Semana do Tempo
Comum.
“O Espírito do Senhor
está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a boa-nova
aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a
recuperação da vista; para libertar os oprimidos” Lc 4,18.
“Como as palavras do
Cristo são atemporais! Quando lemos o Evangelho, parece-nos sempre que ele fala
não para o povo daquela época, mas para o povo de hoje, para o povo deste (...)
século, em que a humanidade tanto avançou na ciência e na tecnologia e tanto se
empobrece em espiritualidade e em ética. Numa fase triste da nossa História,
como ter esperança se não acreditamos, sinceramente, em Jesus e suas promessas.
Ele foi ungido pelo pai e aí está, ainda hoje, evangelizando, curando,
libertando. Ele o faz somente através de seus discípulos, mas quando a nossa fé
é algo vivo, quando nossos corações são um sacrário, onde a luz do seu amor
brilha incessantemente. Aliás, os seus discípulos podem ser pastores autênticos
e dedicados, mas, se nossas almas estão secas, suas palavras haverão de ecoar,
inutilmente, no deserto. Se, porém, nossas almas, que choram baixinho, em dias
tão dolorosos, ainda estão abertas para o amor do Mestre, é bastante consolador
nos lembrar deste versículo de Lucas: Ele há de nos curar e libertar de todos
os males! Ele é o ungido do Senhor! Jesus, nosso mestre, nosso irmão, nosso
amigo, companheiro de todos os momentos, nosso médico, nosso psicólogo... sem
fé, não há esperança, e sem fé e esperança, não pode haver caridade. O Espírito
do Senhor está sobre nós e ungiu a todos nós cristãos pelo batismo da água, do
fogo, da dor e do amor e fez de cada um de nós um arauto da esperança para um
mundo novo – Jesus amado, que possamos não só receber, no coração, as
vossas palavras, como leva-las a todos, anunciando uma nova era de amor e
justiça! Amém.” (Maria Luiza Silveira Teles – Graças a Deus (1995)
– Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite