(Jr 15,10.16-21; Sl 58[59]; Mt 13,44-46)
17ª Semana do Tempo Comum.
A primeira leitura de hoje pertence às
confissões de Jeremias, uma espécie de autobiografia poética, onde ele confessa
o fracasso de sua missão, marcada pela rejeição, pelo abandono, provocando uma
profunda crise interior. O salmista (Sl 59,2-5.10-11.17-18) é solidário às
dores de Jeremias a partir de sua própria experiência do bem que procurou viver
e fazer e da injustificada ação contra sua pessoa. Atribuído a Davi, o salmo 59
retrata a perseguição de Saul quando da sua popularidade após ter vencido
Golias, mesmo este estando casado com a filha do rei. “Foi durante
esses anos como fugitivo que Davi aprendeu a observar. Ele aprendeu a observar
o horizonte à procura de tropas em seu caminho; ele aprendeu a observar os
sinais de que o exército de Saul estava acampado nos arredores; ele aprendeu a
observar inimigos que iriam traí-lo. Sobretudo, Davi aprendeu a atentar para o
Senhor, sua Força, sua Fortaleza. Deus saiu ao encontro de Davi (v. 10) para
protegê-lo e para indicar um caminho seguro a ele. Quando o problema se
aproximava, Davi buscava o Senhor, seu refúgio. Pela manhã Davi, estava atento
ao Senhor e cantava louvores à aquele que o amava (v. 16). Fico me perguntando
até onde atentamos para o Senhor. Quando os inimigos tentam nos derrubar,
quando problemas e preocupações se acumulam, procuramos uma saída, mas não acho
que temos muita expectativa de que o Senhor aparecerá. Quando estamos
estressados, procuramos algum escape, mas normalmente nosso primeiro impulso é
não prestar atenção no Senhor. Tente esta experiência: comece a atentar para
Deus ao longo de cada dia. Busque-o no trabalho, na loja ou no silêncio da
manhã. Quando estiver em seu carro, desligue o som e preste atenção no Senhor
em sua própria alma. Ouça a voz de Deus. Os inimigos que perturbam seu coração
parecerão muito menos ameaçadores” (Douglas Connelly - Guia
Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira
Leite