(Jr 26,1-9; Sl 68[69]; Mt 13,54-58)
17ª Semana do Tempo Comum.
“Não é ele o filho do
carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José,
Simão e Judas?” Mt 13,55.
“Fala-se que ninguém
é profeta em sua terra. Cristo mesmo usa essa expressão, porque era uma
tradição não acreditar em gente parente ou da mesma terra. Parece que acreditar
em quem vem de longe, em quem a gente não conhece e não é do círculo de
relações produz mais efeito. Esse provérbio deve ser superado. Primeiramente é
necessário acreditar em si. A mudança, o milagre vem de dentro. Não vem de
fora. O caminho da salvação, da cura e da libertação é o mais curto e ao mesmo
tempo o mais difícil. É o caminho para dentro de nós. O caminho da fé e da
consciência de si mesmo, da fé da consciência do poder de Deus dentro de nós. É
mais fácil ver milagres fora de nós. Acreditar em milagres de todo tipo.
Quando fazemos isso, estamos atribuindo responsabilidade a pessoas e poderes
fora de nós. Da mesma forma atribuímos o mal, a doença, a situações nossas, a
causa fora de nós. Na verdade, tudo vem de dentro. Criamos ou deixamos entrar
em nós. Por isso, a mudança e a cura, a transformação e a libertação partem de
dentro de nós. Também somos convidados a crer nas pessoas que vivem perto de
nós. Que são de nossa gente e de nossas relações. É necessário crer nos
pequenos milagres que as pessoas podem fazer através da dedicação e do serviço,
da solidariedade e do amor, de seus dons e qualidades. Todo grupo humano, e
especialmente, toda a comunidade cristã deve crer na força e no poder de cada
pessoa da comunidade. Cada pessoa tem seus dons e carismas, que devem ser
acolhidos por todos. É assim que se forma a riqueza da comunidade. – Deus
de bondade, fazei que eu creia na força da fé e do amor que estão dentro de
mim. Fazei que eu creia nos dons e qualidades que estão em meus irmãos da
comunidade. Que eu creia na presença do Cristo em cada pessoa, que também tem o
poder de realizar os pequenos milagres do dia-a-dia. Amém” (Wilson João
Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite