(Is 9,1-6; Sl 112[113]; Lc 1,26-38)
N. Sra. Rainha.
“Maria, então, disse:
‘Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!’ E o anjo
retirou-se. Lc 1,38.
A celebração da memória obrigatória de
Maria Rainha, traz para nós o evangelho da anunciação e consequente resposta da
Virgem como base de tudo o que lhe sucederá e das honras que lhe prestamos hoje
e sempre. Outras reflexões para essa memória podem ser vistas nos anos
anteriores. “O idoso sacerdote Zacarias reage com dúvida ao anúncio do
anjo Gabriel. Maria, a jovem moça simples de Nazaré, acredita no anjo. Vemos
aqui novamente o contraste. Também dentro de nós encontram-se os dois polos: a
dúvida e a fé. Lucas nos convida a confiar mais no polo da fé, como Maria.
Maria obteve graça junto a Deus. Deus nela se compraz e, por isso, dirige-se a
ela com amor. O que o anjo promete a Maria vale também para nós. Também em nós
Deus tem seu agrado. Mas nós não correspondemos a isso. Maria entrega-se à
graça divina: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Aconteça comigo segundo a tua
palavra’ (Lc 1,38). Maria se vê aqui como representante do povo de Israel.
Enquanto Israel se rebelou contra a vontade de Deus, ela a cumprirá, representando
o povo. Nesta palavra, Lucas mostra sua alta estima por Maria como mulher.
Diferente do homem Zacarias, ela se entrega à palavra de Deus. Confia. Uma
mulher torna-se a representante do povo de Israel. É por ela se entregar à
palavra de Deus que haverá salvação para o povo. O agir parte de Deus, mas
deixar Deus agir nele depende também do ser humano. Maria abre, na sua vida
pessoal, o espaço para o agir divino. Isso tem consequências para a humanidade
inteira” (Anselm Grun – Jesus, modelo do ser humano –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite