(Ef 2,19-22; Sl 116[117]; Jo 20,24-29)
São Tomé, Apóstolo.
“Jesus lhe disse:
‘Acreditaste porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto’” Jo 20,29.
“Foi com esta
afirmação que o Senhor, de certo modo, censurou o comportamento cético de Tomé,
só querendo crer, se antes pudesse enxergar aquilo a ser o alvo de sua crença.
Assim asseverando, Cristo mostra que ver é uma coisa e crer é outra. O ato de
ver é limitado mesmo naquelas pessoas possuidoras de uma boa visão. Ninguém
consegue ver tudo. Mas, o ato de crer é diferente, não tem limites. Podemos
crer, ainda que sejamos cegos. E mais. O dom da fé faz com que vejamos coisas
que não logramos enxergar, ainda que tenhamos os nossos olhos bem abertos. É um
erro, portanto, reduzir a dimensão da fé a uma mera dimensão da capacidade
ocular, da capacidade científica que possuímos. Deus é suficientemente poderoso
e sábio para não nos dar apenas um meio de certeza. Existem verdades nas quais,
cotidianamente, somos conduzidos a acreditar, sem a mínima possibilidade de
prova-las experimentalmente. Cremos, por exemplo, que somos filhos deste homem
ou daquela mulher, porque alguém nos afirmou esta certeza e não por termos
vistos nosso nascimento. Vê-se com os olhos, mas só se crê com o coração. Ainda
porque os olhos se fecham, mas o coração, nunca” (José Gilberto
de Luna – Graças a Deus (1995) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite