Terça, 3 de julho de 2018


(Ef 2,19-22; Sl 116[117]; Jo 20,24-29) 
São Tomé, Apóstolo.

“Jesus lhe disse: ‘Acreditaste porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto’” Jo 20,29.

“Foi com esta afirmação que o Senhor, de certo modo, censurou o comportamento cético de Tomé, só querendo crer, se antes pudesse enxergar aquilo a ser o alvo de sua crença. Assim asseverando, Cristo mostra que ver é uma coisa e crer é outra. O ato de ver é limitado mesmo naquelas pessoas possuidoras de uma boa visão. Ninguém consegue ver tudo. Mas, o ato de crer é diferente, não tem limites. Podemos crer, ainda que sejamos cegos. E mais. O dom da fé faz com que vejamos coisas que não logramos enxergar, ainda que tenhamos os nossos olhos bem abertos. É um erro, portanto, reduzir a dimensão da fé a uma mera dimensão da capacidade ocular, da capacidade científica que possuímos. Deus é suficientemente poderoso e sábio para não nos dar apenas um meio de certeza. Existem verdades nas quais, cotidianamente, somos conduzidos a acreditar, sem a mínima possibilidade de prova-las experimentalmente. Cremos, por exemplo, que somos filhos deste homem ou daquela mulher, porque alguém nos afirmou esta certeza e não por termos vistos nosso nascimento. Vê-se com os olhos, mas só se crê com o coração. Ainda porque os olhos se fecham, mas o coração, nunca” (José Gilberto de Luna – Graças a Deus (1995) – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite