Sábado, 14 de julho de 2018


(Is 6,1-8; Sl 92[93]; Mt 10,24-33) 
14ª Semana do Tempo Comum. 

“Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno [geena]!” Mt 10,28.

“Como sabemos, geena é uma palavra de origem hebraica, que significa vale Vale de Hinnon. Era um lugar onde se queimava o lixo da cidade de Jerusalém. Em alguns trechos de seu Evangelho, Cristo usa desta palavra para denominar o castigo infligido àqueles que vão de encontro ao plano do Pai, numa inaceitação consciente de tudo aquilo que Ele preceitua, propõe e aconselha. Então, Jesus fala a respeito do inferno? Fala sim. Com essas palavras, não há como fugir da evidência de sua revelação. Tanto mais porque, em outras ocasiões, dentro deste contexto de pregação, suas afirmações são as mesmas, a respeito da punição àqueles que, até o último instante, resistiram aos incessantes apelos do amor do Pai. Este inferno de que Cristo fala consiste, essencialmente, na privação da visão beatífica de Deus, coisa pela qual todos nós ansiamos, conforme percebeu tão bem Santo Agostinho, ao dizer – Fizeste-me para ti, ó Senhor, e o meu coração está inquieto, enquanto não descansar em ti. Deus não encaminha ninguém para o inferno. É o homem que lamentavelmente escolhe o seu caminho, usando mal do dom precioso de sua liberdade. A Igreja diz, afirma, que alguém se salvou, mas não diz que alguém se condenou. Nenhum de nós precisa viver com medo de cair no inferno, mas de perder o céu. – Ó Deus, como salmista, nós buscamos a vossa face. Que a encontremos. Amém”  (José Gilberto de Luna – Graças a Deus (1995) – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite