(Mq 7,14-15.18-20; Sl 84[85]; Mt 12,46-50)
16ª Semana do Tempo Comum.
“Pois todo aquele que
faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e
minha mãe” Mt 12,50.
“Jesus apresentou um
outro critério para indicar quem faz parte de sua casa (Mt 12,46-50). Em
momento algum quis desprezar seus parentes. Quis apenas reforçar a sua
compressão de casa, de família. E como podemos perceber, o conceito de família
para Jesus é bem mais amplo e exigente. Para Jesus, os critérios que unem uma
comunidade podem e devem ir além dos laços sanguíneos. Com um pouco de cuidado,
podemos dizer que, para o Mestre, os laços que unem os membros de uma
comunidade poderiam ir além até mesmo dos critérios étnicos, religiosos,
culturais, pois embora fosse judeu, Jesus era muito disposto ao relacionamento
com pessoas de outras culturas localidades. O Mestre não tinha medo dos
estranhos. Ao contrário, estava sempre aberto ao diálogo. Sempre disposto a uma
nova maneira de ser e conviver. [...] Nos dias de hoje, quando penso nas muitas
formas de isolamento e separação, ponho-me a refletir sobre o exemplo que o
Mestre nos deixou. Nossas cidades estão cada vez mais divididas. As pessoas
estão cada vez mais separadas por diferentes critérios. Condomínios, shoppings,
tribos, confronto entre torcidas esportivas etc., apenas refletem uma separação
profunda e invisível que vem afetando as nossas vidas. E tantas formas de
separação apenas fazem crescer o medo, a revolta e o estranhamento. O exemplo
de Jesus, certamente tem muito a nos ensinar” (Marcos Daniel de Morais Ramalho
– Meditações para o dia a dia (2015) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite