(1Tm 1,1-2.12-14; Sl 15[16];
Lc 6,39-42)
23ª Semana do Tempo Comum
Hoje se inicia a leitura da 1ª carta de São Paulo a Timóteo,
classificada, juntamente com a segunda e a carta a Tito, como carta pastoral.
Como sempre, Paulo faz sua saudação bastante afetiva e consciente do mistério
da ação divina nele e na comunidade. Num estilo diferente, essas cartas
pastorais nos oferecem um quadro da vida e da organização das primeiras
comunidades cristãs. Na carta que iniciamos a leitura se coloca em evidência,
primeiramente a ação salvífica de Deus, em segundo lugar trata da Igreja, casa
de Deus, espaço onde se realiza a salvação, onde as relações sinalizam a
familiaridade e o desejo de servir e por último aparece a resposta dos cristãos
ao amor do Senhor, que consiste na fé, na esperança e na caridade. Tenhamos em
vista esses elementos apara acolher a mensagem do nosso autor.
Falando em vivência fraterna, Jesus nos adverte que estar
juntos não cria necessariamente uma fraternidade. A comunidade cristã deve
buscar viver de acordo com as indicações do coração divino para viver realmente
como irmãos. Ele é a luz para enxergarmos a realidade a partir de nós mesmos.
Um cego não guia outro cego. No seu evangelho Jesus nos coloca atentos a nossa
tendência de criticar os outros sem dar-se conta dos nossos defeitos. Meus
defeitos são também um peso para o outro que deve caminhar ao meu lado. Um
humilde discernimento deve me levar a refletir antes de chamar a atenção do
outro, ou ao menos a considerar o modo como chegarei ao outro.
Não é atoa que a jaculatória “fazei o nosso coração
semelhante ao vosso” do Apostolado da Oração é uma atitude de lembrança
contínua do que deveríamos buscar: mansidão e humildade.