(Es 9,5-9; Sl Tb 13; Lc
9,1-6)
São Pio de Pietrelcina
Nesse segundo trecho do livro de Esdras, eis que aparece
aquele a quem se atribui a autoria. Ele é um escriba, doutor da lei, enviado a
Jerusalém pelo rei da Pérsia, Artaxerxes. Esdras toma consciência dos muitos
compromissos que a população estava a viver: sobretudo tinha se multiplicado os
matrimônios mistos entre hebreus e não hebreus. Com energia ele chama a atenção
do povo para o respeito da Lei, se não quer arriscar-se a perder a própria
identidade, desaparecendo na massa das outras populações submetidas ao império
persa. Nesse sentido podemos compreender essa leitura. Para nossa reflexão fica
esse perigo da comunhão contínua e sempre maior das coisas “do mundo” e como
estas podem nos roubar a nossa identidade e nos fazer esquecer o modo como
fomos resgatados pelo amor misericordioso de Deus. O nosso salmo nos ajuda
nessa compreensão.
Jesus está enviando os seus apóstolos, conforme Lucas, e
lhes transmite poder e autoridade para o
bem daqueles com quem deverão encontrar. Para deixar claro que sua missão tem
um caráter divino, lhes pede o exercício da confiança na providência divina:
não levar nada. Deus faz da insuficiência humana o fundamento de sua obra
salvífica. No esvaziamento de si, peçamos ao Senhor, reconstruir em nós a Sua
morada.
Pe. João Bosco Vieira Leite