(Eclo 35,1-15; Sl 49[50]; Mc 10,28-31) 8ª Semana do Tempo Comum.
“Começou Pedro a dizer a Jesus: ‘Eis que
nós deixamos tudo e te seguimos’” Mc
10,28.
“A
preocupação de Pedro e dos outros discípulos com a recompensa que haveriam de
receber, por serem seguidores de Jesus, tem sua razão de ser. Eles haviam
deixado para trás família, profissão, projetos pessoais, para seguir o chamado
do Mestre. Quem haveria de garantir-lhes o sustento? Qual seria o futuro deles,
já que não estava em jogo o recebimento de benefícios financeiros? A pobreza de
Jesus não lhes permitia nutrir ilusões. Ele não podia dar o que não tinha.
Segui-lo significava tornar-se pobre como ele. A resposta de Jesus é
compreensível à luz da experiência das primeiras comunidades cristãs. Estas
conseguiram libertar-se do que possuíam, e se dispuseram a colocar tudo em
comum, realizando uma efetiva comunhão de bens e de relações interpessoais. Por
isso, quem aderia ao Senhor, mesmo desfazendo-se de seus bens, não corria o
risco de ver-se na indigência. A própria comunidade viria em socorro de suas
necessidades. Em decorrência disto, quem se tornava discípulo, mesmo tendo
deixado tudo, receberia, já neste mundo, o cêntuplo como recompensa,
participaria dos bens comuns, e teria sempre alguém para acudi-lo, quando
necessário. O seguimento gratuito acaba sendo recompensado. Não segundo os
esquemas mundanos de acumulação de bens, mas conforme o esquema de partilha,
característico do Reino. – Espírito de gratuidade, que eu saiba
reconhecer, nos bens partilhados comigo pelos irmãos e irmãs de fé, a
recompensa que o Senhor preparou para mim” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite