(Is 58,1-9; Sl 50[51]; Mt 9,14-15) Sexta depois das Cinzas.
“Os discípulos de João aproximaram-se de
Jesus e perguntaram: ‘Por que razão nós e os fariseus
praticamos jejuns, mas os teus
discípulos não?’” Mt
9,14.
“A
atitude de Jesus em relação aos seus discípulos deixava confundidas certas
pessoas. O Mestre orientava-os de forma inusitada; seus ensinamentos não
coincidiam com as estritas normas religiosas da época. Ele era suficientemente
sensato para não se deixar escravizar por determinadas tradições, nem sempre
observadas de maneira conveniente. O fato de Jesus não exigir dos
discípulos a prática do jejum gerava suspeita dos seus opositores. Estes não
podiam entender como um rabi passasse por cima de uma tradição tão venerável, e
não exigisse dos seus a prática frequente do jejum. A visão de Jesus projetava
o jejum para além da pura ascese pessoal. Ele o relacionava com a presença do
Messias na história humana. Durante o tempo da vida terrestre do Messias-esposo,
não convinha jejuar, para que se patenteasse a alegria de sua presença. Ao se
concluir sua missão terrena e Jesus voltar para o Pai, então será tempo de
jejuar auspiciando sua nova vinda. A prática cristã do jejum é uma forma de
manter-se sempre atento, à espera do Messias que vem. A intemperança no comer e
no beber pode levar o cristão a olvidar-se do caminho traçado pelo Senhor, e a
buscar uma alegria efêmera. Só vale a pena festejar, quando se tem certeza da
presença de Jesus. – Espírito de sabedoria, ensina-me a compreender que
a prática do jejum é um meio de preparar-me para a chegada do Messias que vem” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite