(Dt 26,16-19; Sl 118[119]; Mt 5,43-48) 1ª Semana da Quaresma.
“Eu, porém, vos digo, amai os vossos
inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem” Mt 5,44.
“Quem
ama o inimigo participa da perfeição de Deus. A palavra grega ‘teleios’ não
significa apenas perfeito, ela quer dizer também indiviso, não quebrado,
inteiro, completo. Deus é perfeito porque se dirige ao homem com o amor
indiviso. Quando o homem aceita a ‘lei perfeita da liberdade’ (como Tiago chama
a lei de Jesus, Tg 1,25), passa a participar de Deus que é em si inteiro e
perfeito. Novamente é necessário reparar na tensão que existe entre o fato da
experiência do Deus perfeito possibilitar um novo comportamento e o fato de o
comportamento ao qual Jesus nos chama poder levar a uma nova experiência de
Deus. Quem observar os preceitos de Jesus estará se envolvendo com o Deus
verdadeiro. As imagens que ele mesmo fez de Deus cairão por terra. Ele experimentará
Deus como sendo o Pai do céu que o apoia e que lhe dá coragem, para que possa
lançar num mundo desunido a marca da conciliação. O comportamento que Jesus
exige de nós não é o comportamento acomodado daquele que não quer chamar a
atenção, antes é o comportamento maduro de um filho ou uma filha que se sabe
amado e ajudado pelo Pai. Como o Pai lhes dá suporte, podem trilhar novos
caminhos do amor e da paz. A capacidade de amar o inimigo nasce da oração que
Jesus ensinou aos seus discípulos. E o amor aos inimigos é a resposta à oração
que os cristãos rezam todos os dias e na qual se abrem para Deus, para que o
Espírito de Deus tome cada vez mais posse deles, de modo que a vontade de Deus
se faça cada vez mais neles e por meio deles, curando e transformando dessa
maneira o mundo” (Anselm
Grün – Jesus, mestre da salvação – Loyola).
Pe.
João Bosco Vieira Leite