(Dn 9,4-10; Sl 78[79]; Lc 6,36-38) 2ª Semana da Quaresma.
“... temos pecado, temos praticado a
injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes,
afastando-nos de teus mandamentos e de
tua lei” Lc 6,5.
“A
oração litúrgica aqui introduzida no livro de Daniel (o texto completo abrange
a seção 9,4-19) pertence a uma tradição preexistente (cf. também Ne 9 e Esd
10), conservada também, por exemplo, no Livro de Baruc (cf. Br 1,15—3,8). O
profeta intercede junto de Deus pelo seu Povo, que se reconhece em pecado e, portanto,
pode esperar apenas o perdão de Deus. [Compreender a Palavra:] Nesta oração, a
ênfase é colocada no reconhecimento da infidelidade de Israel. Mas a confissão
dos pecados é tornada possível por dois elementos estreitamente ligados: o povo
pode declarar a sua culpa porque conhece e confia na grandeza de Deus, na Sua
misericórdia, benevolência e justiça. Daniel afirma que a situação de dispersão
entre as nações (v. 7, no centro do texto) encontra a sua razão no fato de o
povo se ter rebelado, ter saído do caminho traçado para ele pelo seu Senhor
(vv. 5-9), transgredindo as instruções divinas indicadas pelos profetas (vv.
6-10). A confissão das culpas abre caminho ao pedido de perdão no Nome santo do
Senhor, invocando sobre a cidade e sobre o povo (cf. Dn 9,19). O Senhor
escutará a oração de Daniel e indicar-lhe-á um tempo completo, para ‘fazer
cessar a transgressão, selar o pecado’ (Dn 9,24): as setenta semanas, findas as
quais acontecerá o perdão do jubileu’” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] –
Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite