(Jn 3,1-10; Sl 50[51]; Lc 11,29-32) 1ª Semana da Quaresma.
“Vendo Deus as suas obras de conversão e
que os ninivitas se afastavam do mau caminho,
compadeceu-se e suspendeu o mal que
tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez” Jn 3,10.
“Jonas,
depois de ter lutado durante muito tempo com Deus, por fim decide-se e vai
anunciar à grande cidade assíria de Nínive a palavra comprometedora de Deus que
pede a conversão. Paradoxalmente, porém, quanto mais essa palavra é acolhida
pelos habitantes da cidade, tanto mais o profeta fica agastado, a ponto de
arriscar-se a não compreender a ação misericordiosa de Deus para com todos os
que desejam acolher a Sua mensagem. [Compreender a Palavra] Uma cidade tão
grande mesmo aos olhos de Deus (v. 3) merece o envio de um homem indiferente,
tão avesso à missão que decide fugir para longe (cf. Jn 1,3). Um homem obrigado
pela intervenção do Senhor a manter a fidelidade à tarefa que lhe foi confiada
e a pregar a destruição iminente de Nínive (‘Daqui a quarenta dias, Nínive será
destruída’: v. 4), de maneira que, por um lado, consegue converter os ninivitas
e, por outro, fica agastado pela fraqueza da misericórdia divina (cf. Jn
3,10—4,1). No meio está a firme determinação divina em conceder o perdão que
abrange a cidade inteira, desde o mais poderoso ao mais humilde, do mais
pequenino ao mais idoso. Paradoxalmente, quem perde, até Deus o chamar à razão,
é o próprio Jonas, o qual tem de aceitar que o ‘Deus viu o que eles fizeram e
se converteram da sua má conduta; então desistiu do mal com que os tinha
ameaçado, e não o executou’ (Cf. Jn 3,10, 4,2)” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite