Quarta, 12 de março de 2025

(Jn 3,1-10; Sl 50[51]; Lc 11,29-32) 1ª Semana da Quaresma.

“Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho,

compadeceu-se e suspendeu o mal que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez” Jn 3,10.

“Jonas, depois de ter lutado durante muito tempo com Deus, por fim decide-se e vai anunciar à grande cidade assíria de Nínive a palavra comprometedora de Deus que pede a conversão. Paradoxalmente, porém, quanto mais essa palavra é acolhida pelos habitantes da cidade, tanto mais o profeta fica agastado, a ponto de arriscar-se a não compreender a ação misericordiosa de Deus para com todos os que desejam acolher a Sua mensagem. [Compreender a Palavra] Uma cidade tão grande mesmo aos olhos de Deus (v. 3) merece o envio de um homem indiferente, tão avesso à missão que decide fugir para longe (cf. Jn 1,3). Um homem obrigado pela intervenção do Senhor a manter a fidelidade à tarefa que lhe foi confiada e a pregar a destruição iminente de Nínive (‘Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída’: v. 4), de maneira que, por um lado, consegue converter os ninivitas e, por outro, fica agastado pela fraqueza da misericórdia divina (cf. Jn 3,10—4,1). No meio está a firme determinação divina em conceder o perdão que abrange a cidade inteira, desde o mais poderoso ao mais humilde, do mais pequenino ao mais idoso. Paradoxalmente, quem perde, até Deus o chamar à razão, é o próprio Jonas, o qual tem de aceitar que o ‘Deus viu o que eles fizeram e se converteram da sua má conduta; então desistiu do mal com que os tinha ameaçado, e não o executou’ (Cf. Jn 3,10, 4,2)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite