Sexta, 14 de março de 2025

(Ez 18,21-28; Sl 129[130]; Mt 5,20-26) 1ª Semana da Quaresma.

“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus,

vós não entrareis no Reino dos Céus” Mt 5,20.

“Os escribas e fariseus formavam uma classe de pessoas, cuja glória consistia em mostrar-se escrupulosos no cumprimento da Lei de Deus. Entretanto, esta fidelidade não ia além da letra da Lei. Para eles, bastava agir conforme o que estava escrito. Os discípulos de Jesus foram contrapostos a este grupo. O Mestre exigia deles uma prática da justiça, superior à dos escribas e fariseus. Em que consistia essa superioridade? Certamente, não dizia respeito à quantidade de mandamentos a serem observados, nem à intensidade no modo de viver a letra da Lei, de forma a assumir um comportamento ainda mais exagerado e afetado. Nem, muito menos, à maneira de ver, preconceituosa e segregacionista, característica de certas correntes farisaicas. A superioridade da justiça do discípulo, na vivência da Lei de Deus, deveria decorrer de sua predisposição a buscar sempre mais, o espírito da Lei, ou seja, a vontade de Deus, e pautar sua vida por ela. Esta superioridade qualitativa é tremendamente exigente. O discípulo jamais poderá acomodar-se a este ou àquele gesto concreto, julgando ter satisfeito a vontade divina. Ele reconhece ser possível dar um passo além, pois seu modelo de ação é o Pai. Reconhece, também, não ter motivos para se vangloriar: por mais que faça, resta sempre um imenso caminho a percorrer. – Espírito de santidade, conduze-me a uma justiça sempre maior, na consciência de que não devo pautar minha ação por modelos humanos, e sim, pela vontade do Pai” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite