(Ez 18,21-28; Sl 129[130]; Mt 5,20-26) 1ª Semana da Quaresma.
“Se a vossa justiça não for maior que a
justiça dos mestres da Lei e dos fariseus,
vós não entrareis no Reino dos
Céus” Mt 5,20.
“Os
escribas e fariseus formavam uma classe de pessoas, cuja glória consistia em
mostrar-se escrupulosos no cumprimento da Lei de Deus. Entretanto, esta
fidelidade não ia além da letra da Lei. Para eles, bastava agir conforme o que
estava escrito. Os discípulos de Jesus foram contrapostos a este grupo. O
Mestre exigia deles uma prática da justiça, superior à dos escribas e fariseus.
Em que consistia essa superioridade? Certamente, não dizia respeito à
quantidade de mandamentos a serem observados, nem à intensidade no modo de
viver a letra da Lei, de forma a assumir um comportamento ainda mais exagerado
e afetado. Nem, muito menos, à maneira de ver, preconceituosa e
segregacionista, característica de certas correntes farisaicas. A superioridade
da justiça do discípulo, na vivência da Lei de Deus, deveria decorrer de sua
predisposição a buscar sempre mais, o espírito da Lei, ou seja, a vontade de
Deus, e pautar sua vida por ela. Esta superioridade qualitativa é tremendamente
exigente. O discípulo jamais poderá acomodar-se a este ou àquele gesto
concreto, julgando ter satisfeito a vontade divina. Ele reconhece ser possível
dar um passo além, pois seu modelo de ação é o Pai. Reconhece, também, não ter
motivos para se vangloriar: por mais que faça, resta sempre um imenso caminho a
percorrer. – Espírito de santidade, conduze-me a uma justiça sempre maior, na
consciência de que não devo pautar minha ação por modelos humanos, e sim, pela
vontade do Pai” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite