Terça, 25 de março de 2025

(Is 7,10-14; 8,10; Sl 39[40]; Hb 10,4-10; Lc 1,26-38) Anunciação do Senhor.

“Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho

e lhe porá o nome de Emanuel” Is 7,14.

“Davi queria construir um templo a Deus. Deus não aceita, e ao mesmo tempo promete a estabilidade no trono à descendência davídica. Os acontecimentos do ano 732 a.C., anteriores ao trecho que estamos para a meditar, descrevem uma situação que arriscava fazer falir a promessa de Deus, de assegurar a Israel um reino duradouro: o rei da Síria e o rei de Israel estavam a marchar contra Judá para substituir o rei davídico, Acaz, por um rei arameu, e, portanto, não davídico (cf. Is 7,1-2). Isaías encontra-se uma vez com Acaz e exorta-o a confiar no Senhor (cf. Is 7,39), mas o rei recusa-se. O texto litúrgico relata o segundo encontro de Isaías com Acaz. [Compreender a Palavra:] Somos chamados a contemplar a Deus que atua na História segundo a Sua vontade. Ele é fiel à palavra dada, exige a correspondência humana, mas não Se deixa certamente condicionar por ela. Acaz e toda a nação de Israel devem acreditar no Seu auxílio eficaz: ‘Se não acreditardes, não tereis estabilidade’ (cf. Is 7,9). O rei , para confirmação, pode pedir um sinal grandioso, mas Acaz recusa, porque não tem fé (cf. vv. 11-12). A este ponto é o próprio Deus que lhe oferece um ‘sinal’ (v. 14), não já apologético, mas espiritual, e que deve ser acolhido na fé nos seus dois aspectos. O aspecto positivo, isto é, a dinastia davídica não será substituída porque dela nascerá o Emanuel, o Filho da Virgem Maria, Aquele que no presente pode tornar estável a dinastia (v. 14b).O aspecto negativo, ou seja, a invasão de Judá da parte dos dois reis, acontecerá, com todo o seu grave peso econômico, social e religioso. Judá torna-se vassalo da Assíria (cf. Is 7,16-17)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite