(Is 7,10-14; 8,10; Sl 39[40]; Hb 10,4-10; Lc 1,26-38) Anunciação do Senhor.
“Pois bem, o próprio Senhor vos dará um
sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho
e lhe porá o nome de Emanuel” Is 7,14.
“Davi
queria construir um templo a Deus. Deus não aceita, e ao mesmo tempo promete a
estabilidade no trono à descendência davídica. Os acontecimentos do ano 732
a.C., anteriores ao trecho que estamos para a meditar, descrevem uma situação
que arriscava fazer falir a promessa de Deus, de assegurar a Israel um reino
duradouro: o rei da Síria e o rei de Israel estavam a marchar contra Judá para
substituir o rei davídico, Acaz, por um rei arameu, e, portanto, não davídico
(cf. Is 7,1-2). Isaías encontra-se uma vez com Acaz e exorta-o a confiar no
Senhor (cf. Is 7,39), mas o rei recusa-se. O texto litúrgico relata o segundo
encontro de Isaías com Acaz. [Compreender a Palavra:] Somos chamados a
contemplar a Deus que atua na História segundo a Sua vontade. Ele é fiel à
palavra dada, exige a correspondência humana, mas não Se deixa certamente
condicionar por ela. Acaz e toda a nação de Israel devem acreditar no Seu
auxílio eficaz: ‘Se não acreditardes, não tereis estabilidade’ (cf. Is 7,9). O
rei , para confirmação, pode pedir um sinal grandioso, mas Acaz recusa, porque
não tem fé (cf. vv. 11-12). A este ponto é o próprio Deus que lhe oferece um
‘sinal’ (v. 14), não já apologético, mas espiritual, e que deve ser acolhido na
fé nos seus dois aspectos. O aspecto positivo, isto é, a dinastia davídica não
será substituída porque dela nascerá o Emanuel, o Filho da Virgem Maria, Aquele
que no presente pode tornar estável a dinastia (v. 14b).O aspecto negativo, ou
seja, a invasão de Judá da parte dos dois reis, acontecerá, com todo o seu
grave peso econômico, social e religioso. Judá torna-se vassalo da Assíria (cf.
Is 7,16-17)” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite