(Is 65,17-21; Sl 29[30]; Jo 4,43-54) 4ª Semana da Quaresma.
“Assim, Jesus voltou para Caná da
Galileia, onde havia transformado a água em vinho.
Havia em Cafarnaum um funcionário do rei
que tinha um filho doente” Jo
4,46.
“O
ministério de Jesus não foi contaminado por preconceito de espécie alguma,
dentre aqueles comuns na sua época. A cura do filho do funcionário do rei
ilustra esta atitude característica do Mestre. Quem se dirigiu a Jesus,
pedindo-lhe a cura do seu filho, foi um funcionário do rei Herodes Antipas. Sem
dúvida, tratava-se de um pagão, a serviço dos romanos, sob cuja dominação
estava o povo judeu. Era bem conhecida a ojeriza dos judeus aos romanos. Estes
representavam o que havia de pior, e deviam ser evitados. Portanto, esperava-se
de Jesus um gesto firme de recusa à solicitação daquele funcionário: para os
pagãos, a morte. Este gesto, porém, não era o parâmetro das ações do Mestre.
Seu olhar desvia-se dos elementos exteriores, para se fixar no coração daquele
pai suplicante. Quando encontra fé e sinceridade, Jesus jamais se recusa a
atender a um pedido, de quem quer que o faça. Sem fé, nada feito. Foi o que
aconteceu em Nazaré, sua cidade natal, onde não realizou nenhum milagre por
causa da incredulidade de seus habitantes. Toda a vida de Jesus, culminando na
morte e ressurreição, foi um serviço prestado à humanidade, sem distinções, nem
privilégios. É suficiente acercar-se dele, com a mesma predisposição do
funcionário pagão, cuja súplica foi prontamente atendida. – Espírito de
fé, concede-me a confiança necessária que me permita ser atendido por Jesus,
quando a ele eu suplicar” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite