(Dt 4,1.5-9; Sl 147[147B]; Mt 5,17-19) 3ª Semana da Quaresma.
“Portanto, quem desobedecer a um só
desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo
será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém quem os praticar e ensinar
será considerado grande no Reino dos
céus” Mt 5,19.
“A
liberdade de Jesus, frente à Lei de Moisés, dava a falsa impressão de que os
discípulos estivessem liberados para agir a seu bel-prazer. Os adversários do
Mestre, que esperavam dele submissão absoluta à tradição legal, ficavam
decepcionados quando o viam agir de uma forma inusitada, em pleno desacordo com
o costume da época. No parecer deles, o agir de Jesus beirava a impiedade. O
Mestre tenta corrigir esta distorção, afirmando não ter vindo abolir a Lei e os
Profetas, e sim, para dar-lhes pleno cumprimento. Pelo contrário, ele exorta os
discípulos a não transgredirem os mandamentos, por menores que sejam, para não
serem considerados menores no Reino dos Céus. Estaria Jesus confessando-se
legalista, e levando seus discípulos a competirem com o legalismo dos escribas
e dos fariseus? A exortação do Mestre deve ser entendida no contexto global de
sua pregação. Quando se refere ao respeito à Lei e aos Profetas, está pensando
na Lei como ele a entende: o desígnio original do Pai para nortear a vida
humana, e não o amontoado de prescrições às quais os legalistas se submetiam.
Jesus supera a letra da Lei, para atingir-lhe o espírito. Nesse sentido, é
grande quem se atém ao espírito da Lei e a cumpre com radicalidade; é pequeno
quem a despreza, pois estará desprezando o próprio Deus. Jesus foi grande,
porque toda a sua vida consistiu em cumprir a vontade de seu Pai, mesmo tendo
de padecer a morte de cruz. – Espírito de obediência, guia-me a uma
submissão sempre maior ao querer do Pai, de modo que eu possa ser considerado
grande no Reino dos Céus” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite