Quarta, 26 de março de 2025

(Dt 4,1.5-9; Sl 147[147B]; Mt 5,17-19) 3ª Semana da Quaresma.

“Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém quem os praticar e ensinar

será considerado grande no Reino dos céus” Mt 5,19.

“A liberdade de Jesus, frente à Lei de Moisés, dava a falsa impressão de que os discípulos estivessem liberados para agir a seu bel-prazer. Os adversários do Mestre, que esperavam dele submissão absoluta à tradição legal, ficavam decepcionados quando o viam agir de uma forma inusitada, em pleno desacordo com o costume da época. No parecer deles, o agir de Jesus beirava a impiedade. O Mestre tenta corrigir esta distorção, afirmando não ter vindo abolir a Lei e os Profetas, e sim, para dar-lhes pleno cumprimento. Pelo contrário, ele exorta os discípulos a não transgredirem os mandamentos, por menores que sejam, para não serem considerados menores no Reino dos Céus. Estaria Jesus confessando-se legalista, e levando seus discípulos a competirem com o legalismo dos escribas e dos fariseus? A exortação do Mestre deve ser entendida no contexto global de sua pregação. Quando se refere ao respeito à Lei e aos Profetas, está pensando na Lei como ele a entende: o desígnio original do Pai para nortear a vida humana, e não o amontoado de prescrições às quais os legalistas se submetiam. Jesus supera a letra da Lei, para atingir-lhe o espírito. Nesse sentido, é grande quem se atém ao espírito da Lei e a cumpre com radicalidade; é pequeno quem a despreza, pois estará desprezando o próprio Deus. Jesus foi grande, porque toda a sua vida consistiu em cumprir a vontade de seu Pai, mesmo tendo de padecer a morte de cruz. – Espírito de obediência, guia-me a uma submissão sempre maior ao querer do Pai, de modo que eu possa ser considerado grande no Reino dos Céus (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite