(1Cor 4,1-5; Sl 36[37]; Lc 5,33-39) 22ª Semana do Tempo Comum.
“Mas dias virão em que o noivo será
tirado do meio deles. Então, naqueles dias eles jejuarão”. Lc 5,35.
“O
Evangelho dá testemunho da continuidade, mas também da grande descontinuidade
que existe entre o Batismo de João Batista e o Batismo de Jesus. O primeiro é
feito de penitência e de ascese, de autêntica conversão pessoal diante do juízo
de Deus; ao invés, o Batismo de Jesus é o acolhimento festivo do Reino dos
Céus, que vem ao encontro dos homens, como o noivo vai ao encontro da noiva. A
parábola dos versículos 36-37 coloca em relevo a novidade do Reino de Deus, que
exige também um modo novo de acolhê-lo. [Compreender a Palavra:] A imagem
esponsal ocorre com muita coerência nos quatro evangelhos, procurando
interpretar a presença de Jesus entre os homens como um festa de núpcias, que
finalmente pode dar início à fecundidade da vida (cf. Jo 2,1-12). No texto de
hoje, o aspecto esponsal da presença de Jesus é utilizado para colocar em
evidência a diferença entre o modo de vida levado por um homem reto como João
Batista, e o outro, porventura demasiado humano, de Jesus. Jejum e penitência
são as tentativas que pomos em prática para nos convertermos, mas a verdadeira
mudança nasce do acolhimento do motivo autêntico da festa, que é a pessoa de
Jesus. Este fala abundantemente do aspecto festivo da vida cristã. As duas
comparações do ‘vestido novo’ (v. 36) e dos ‘odres novos’ (v. 38) querem
explicar a novidade da atitude a que somos chamados perante a atuação de Deus
em Jesus. Seria loucura e descuido não compreender que aquilo que é novo merece
uma disponibilidade e uma escuta novas” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo
Comum – Semanas de XVIII-XXXIV] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite