Sexta, 06 de setembro de 2024

(1Cor 4,1-5; Sl 36[37]; Lc 5,33-39) 22ª Semana do Tempo Comum.

“Mas dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias eles jejuarão”. Lc 5,35.

“O Evangelho dá testemunho da continuidade, mas também da grande descontinuidade que existe entre o Batismo de João Batista e o Batismo de Jesus. O primeiro é feito de penitência e de ascese, de autêntica conversão pessoal diante do juízo de Deus; ao invés, o Batismo de Jesus é o acolhimento festivo do Reino dos Céus, que vem ao encontro dos homens, como o noivo vai ao encontro da noiva. A parábola dos versículos 36-37 coloca em relevo a novidade do Reino de Deus, que exige também um modo novo de acolhê-lo. [Compreender a Palavra:] A imagem esponsal ocorre com muita coerência nos quatro evangelhos, procurando interpretar a presença de Jesus entre os homens como um festa de núpcias, que finalmente pode dar início à fecundidade da vida (cf. Jo 2,1-12). No texto de hoje, o aspecto esponsal da presença de Jesus é utilizado para colocar em evidência a diferença entre o modo de vida levado por um homem reto como João Batista, e o outro, porventura demasiado humano, de Jesus. Jejum e penitência são as tentativas que pomos em prática para nos convertermos, mas a verdadeira mudança nasce do acolhimento do motivo autêntico da festa, que é a pessoa de Jesus. Este fala abundantemente do aspecto festivo da vida cristã. As duas comparações do ‘vestido novo’ (v. 36) e dos ‘odres novos’ (v. 38) querem explicar a novidade da atitude a que somos chamados perante a atuação de Deus em Jesus. Seria loucura e descuido não compreender que aquilo que é novo merece uma disponibilidade e uma escuta novas” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de XVIII-XXXIV] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite