Quarta, 4 de setembro de 2024

(1Cor 3,1-9; Sl 32[33]; Lc 4,38-44) 22ª Semana do Tempo Comum.

“Com efeito, nós somos cooperadores de Deus, vós sois lavoura de Deus, construção de Deus” 1Cor 3,9.

“Paulo, embora começando pelos dons espirituais presentes em Corinto, declara a completa ignorância destes dons por parte dos Coríntios, devido às divisões e o protagonismo de alguns membros os quais, por dotes particulares, pretendem ter alguns direitos sobre a vida dos fiéis. Mas o ministro de Deus é só um instrumento nas mãos do Senhor, e contribui para o crescimento da Sua obra. Ao ministro, embora julgando-se servo inútil, é confiada a tarefa de colaborar com o Senhor. [Compreender a Palavra:] A distinção entre ‘pessoas naturais’ e ‘pessoas espirituais’ (v. 1) criou diversas incompreensões na História da Igreja, julgando-se ideal dividir os fiéis em classes, conforme o grau de compreensão da própria fé. Mas a intenção do Apóstolo Paulo não era criar mais divisões no interior da Igreja, já que declara que todos os Coríntios são ‘homens naturais’, precisamente porque procuravam separar-se uns dos outros distinguindo-se por privilégios ou pertenças especiais. É ‘espiritual’ quem possui o mesmo espírito de Cristo, que Se fez servo de todos, para que cada qual, desempenhando o seu trabalho, possa estar ao serviço do bem comum. Por isso as tarefas pessoais e os carismas individuais devem colocar-se ao serviço da comunhão, para que a comunidade cristã se torne polo de atração para todas as pessoas. Quem é ministro na Igreja para um determinado cargo que lhe foi confiado, sabe que não pode almejar mais do que ser colaborador de Deus e da alegria dos irmãos” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de XVIII-XXXIV] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite