(1Cor 7,25-31; Sl 44[45]; Lc 6,20-26) 23ª Semana do Tempo Comum.
“Estas ligado a uma mulher? Não procures
desligar-te. Não estás ligado a nenhuma mulher?
Não procures ligar-te” 1Cor 7,27.
“Depois
de ter tratado o tema das relações sexuais e do matrimônio nas diversas
situações (1Cor 6,12—7,24), Paulo dirige-se às pessoas virgens, isto é, aos
jovens e às jovens que estão para casar ou que se orientam para o matrimônio, e
propõe-lhe também o ideal da virgindade como comunhão com Cristo, sem
distrações e como espera da Sua vinda final. A virgindade anuncia que o mundo
futuro está já presente, que o Espírito do Ressuscitado está já atuando, que
Deus já triunfou na pessoa de Jesus Cristo: o fermento escatológico penetra em
todas as situações e transforma-as. A ressurreição de Jesus inaugura o tempo
novo e relativiza quer o presente quer as estruturas mundanas. A relação com o
Senhor ressuscitado dá valor e significado a todas as opções de vida. Paulo
insiste sobre a brevidade e caducidade do tempo, para propor um discernimento
evangélico dos valores, para exortar a que se evite toda a forma de apego e de
posse: vivemos numa situação que se tornou provisória. O cristão sabe que se
encaminha para o mundo novo, e por isso matrimônio, riso, pranto, posse, venda
não são realidades últimas. Os cristãos podem fazer uso do mundo, viver as
relações conjugais, familiares, sociais, mas não devem estar completamente
absorvidos por elas. O cristão casa-se, chora, alegra-se, compra, vende, mas
não como os outros; estas dimensões da vida não são um fim em si mesmas, mas
são meios para viver já aqui o que dura para sempre: o amor a Deus e aos
irmãos. Paulo propõe a virgindade como união total ao Senhor, como testemunho
do primado do Senhor e da relatividade daquilo que é terreno. O estado virginal
e o estado conjugal são caminhos, modos idóneos, embora diferentes, de viver a
caridade” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de
XVIII-XXXIV] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite