Quarta, 18 de setembro de 2024

(1Cor 12,31—13,13; Sl 32[33]; Lc 31-35) 24ª Semana do Tempo Comum.

“Atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade”

1Cor 13,13.

“Esta página da Primeira Carta aos Coríntios é famosa, e com razão: apresenta o elogio da caridade (ágape), isto é, o ‘caminho mais sublime’ (13,13) que o próprio Deus percorre em cada um de nós. A composição articula-se em três momentos. No primeiro, o Apóstolo Paulo faz uma comparação entre o amor e os carismas, que eram os mais ambicionados em Corinto, por serem os mais vistosos (13,1-3); no segundo, celebra com quinze verbos as qualidades do amor, ou seja, o que o amor é e o que faz (13,4-7); no terceiro, exalta o valor perene da caridade e a sua superioridade sobre todos os outros carismas e sobre todas as virtudes (13,8-13). [Compreender a Palavra:] Neste hino Paulo procura transmitir a sua paixão por uma vida cristã que entra em contato com a própria realidade de Deus, que é amor. A caridade aqui celebrada, com efeito, não é obra do homem, mas a atividade gratuita do Senhor, que torna possíveis relações novas com os outros porque foi aceite a relação com Ele. Os quinze atributos da caridade (oito são negativos, para indicar que ela exige sempre que dentro de nós alguma coisa seja mortificada, um êxodo do homem velho) dizem como são as relações com Deus e entre os homens, tornadas possíveis pelo dom do ágape. A caridade nunca terá fim, porque é antes de mais relação com Deus que transparece nas novas relações com os homens. Por conseguinte, a caridade é verdadeiramente a única dimensão escatológica do presente, é o caminho mais sublime pelo qual se deve sempre aspirar (1Cor 14,1). Nós detemo-nos demasiado nos momentos que manifestam pouco amor e esquecemo-nos que Deus já nos deu a caridade no Batismo e que nós, embora com muitas limitações, já a vivemos. Dêmos graças a Deus porque a Sua caridade existe em nós e entre nós, e porque Ele nos dá a alegria de o reconhecermos” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de XVIII-XXXIV] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite