(1Cor 12,31—13,13; Sl 32[33]; Lc 31-35) 24ª Semana do Tempo Comum.
“Atualmente permanecem estas três
coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade”
1Cor 13,13.
“Esta
página da Primeira Carta aos Coríntios é famosa, e com razão: apresenta o
elogio da caridade (ágape), isto é, o ‘caminho mais sublime’ (13,13) que o
próprio Deus percorre em cada um de nós. A composição articula-se em três
momentos. No primeiro, o Apóstolo Paulo faz uma comparação entre o amor e os
carismas, que eram os mais ambicionados em Corinto, por serem os mais vistosos
(13,1-3); no segundo, celebra com quinze verbos as qualidades do amor, ou seja,
o que o amor é e o que faz (13,4-7); no terceiro, exalta o valor perene da
caridade e a sua superioridade sobre todos os outros carismas e sobre todas as
virtudes (13,8-13). [Compreender a Palavra:] Neste hino Paulo procura
transmitir a sua paixão por uma vida cristã que entra em contato com a própria
realidade de Deus, que é amor. A caridade aqui celebrada, com efeito, não é
obra do homem, mas a atividade gratuita do Senhor, que torna possíveis relações
novas com os outros porque foi aceite a relação com Ele. Os quinze atributos da
caridade (oito são negativos, para indicar que ela exige sempre que dentro de
nós alguma coisa seja mortificada, um êxodo do homem velho) dizem como são as
relações com Deus e entre os homens, tornadas possíveis pelo dom do ágape. A
caridade nunca terá fim, porque é antes de mais relação com Deus que
transparece nas novas relações com os homens. Por conseguinte, a caridade é
verdadeiramente a única dimensão escatológica do presente, é o caminho mais
sublime pelo qual se deve sempre aspirar (1Cor 14,1). Nós detemo-nos demasiado
nos momentos que manifestam pouco amor e esquecemo-nos que Deus já nos deu a
caridade no Batismo e que nós, embora com muitas limitações, já a vivemos.
Dêmos graças a Deus porque a Sua caridade existe em nós e entre nós, e porque
Ele nos dá a alegria de o reconhecermos” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo
Comum – Semanas de XVIII-XXXIV] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite