(Jó 1,6-22; Sl 16[17]; Lc 9,46-50) 26ª Semana do Tempo Comum.
“Nu eu saí do ventre de minha mãe e nu
voltarei para lá. O Senhor deu, o Senhor tirou;
como foi do agrado do Senhor, assim foi
feito. Bendito seja o nome do Senhor’” Jó
1,21.
“O
autor, mediante uma narração popular, enfrenta um problema que atormentava o
coração dos judeus religiosos do seu tempo, e também dos homens de hoje.
Seguindo os acontecimentos de Jó, homem ‘íntegro e reto, que teme a Deus e se
desvia do mal’ (cf. v. 8), ele formula a seguinte pergunta: ‘Mas Jó temerá a
Deus de maneira desinteressada?’ (v. 9). Por outras palavras, por que é que o
homem se dirige a Deus? Para servi-lo, ou para ser servido por Ele?
[Compreender a Palavra:] a cena, descrita com grande habilidade narrativa pela
leitura de hoje, desenrola-se em dois planos: na corte celeste diante do Senhor
(vv. 6-12) e na terra (vv. 13-22). De fato, antes de começar o diálogo de Jó
com os três amigos, o autor mostra-nos, a nós leitores, a decisão tomada no diálogo
entre Deus e Satanás, ou seja, colocar à prova a religiosidade de Jó. Será uma
religiosidade desinteressada, a de Jó? Mas Jó não conhece esta decisão. O
Senhor permite que ele seja provado nos bens e nos afetos mais queridos, os
filhos, tal como aconteceu aquando da prova de Abraão (cf. Gn 22,1). A reação
inicial do homem da terra de Hus (cf. Jó 1,1) não é a murmuração, mas a
aceitação humilde da vontade de Deus: ‘O Senhor concedeu, o Senhor tirou’
(v.21). Ele continua, mesmo na precariedade e no sofrimento, a dizer bem de
Deus. Continua de verdade a ser o servo do Senhor” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite