Segunda, 30 de setembro de 2024

(Jó 1,6-22; Sl 16[17]; Lc 9,46-50) 26ª Semana do Tempo Comum.

“Nu eu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá. O Senhor deu, o Senhor tirou;

como foi do agrado do Senhor, assim foi feito. Bendito seja o nome do Senhor’” Jó 1,21.

“O autor, mediante uma narração popular, enfrenta um problema que atormentava o coração dos judeus religiosos do seu tempo, e também dos homens de hoje. Seguindo os acontecimentos de Jó, homem ‘íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal’ (cf. v. 8), ele formula a seguinte pergunta: ‘Mas Jó temerá a Deus de maneira desinteressada?’ (v. 9). Por outras palavras, por que é que o homem se dirige a Deus? Para servi-lo, ou para ser servido por Ele? [Compreender a Palavra:] a cena, descrita com grande habilidade narrativa pela leitura de hoje, desenrola-se em dois planos: na corte celeste diante do Senhor (vv. 6-12) e na terra (vv. 13-22). De fato, antes de começar o diálogo de Jó com os três amigos, o autor mostra-nos, a nós leitores, a decisão tomada no diálogo entre Deus e Satanás, ou seja, colocar à prova a religiosidade de Jó. Será uma religiosidade desinteressada, a de Jó? Mas Jó não conhece esta decisão. O Senhor permite que ele seja provado nos bens e nos afetos mais queridos, os filhos, tal como aconteceu aquando da prova de Abraão (cf. Gn 22,1). A reação inicial do homem da terra de Hus (cf. Jó 1,1) não é a murmuração, mas a aceitação humilde da vontade de Deus: ‘O Senhor concedeu, o Senhor tirou’ (v.21). Ele continua, mesmo na precariedade e no sofrimento, a dizer bem de Deus. Continua de verdade a ser o servo do Senhor” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite