Segunda, 9 de setembro de 2024

(1Cr 5,1-8; Sl 5; Lc 6,6-11) 23ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca” Lc 6,6.

“Uma mão seca é uma mão inútil, que não só não serve para nada, mas que é positivamente incômoda, pesa e é demais porque estorva. Jesus compadeceu-se daquele enfermo e, com infinita bondade e poder de Deus, cura aquela mão, dá-lhe vida e movimento, dá-lhe utilidade e agilidade e devolve àquele corpo a plenitude da atividade e a facilidade dos movimentos. Agora, do aspecto físico, podemos passar para o aspecto espiritual. Porque também no espiritual existem aqueles que padecem de enfermidades que secam o espírito e impedem que o homem realize uma positiva atividade espiritual. Também no espiritual existem os que estão inativos, despojados de toda inquietude de agir, mergulhados em uma passividade alarmante, sem se preocuparem não só por melhorar a sua vida, mas até mesmo sem inquietar-se por serem melhores do que são; seu organismo espiritual está seco, incapaz de agir, sem se preocupar com nada, nem com ninguém. Tudo isso deve fazê-lo pensar em você mesmo, não aconteça que em você se cumpra o que acaba de ler. Pense, portanto, não somente se você vive com a vida da graça, mas você deve também examinar-se sobre essa mesma vida da graça. Não lhe parece que também em você a graça pode estar presente, mas inativa, sem projeção, sem exuberância de vida, sem manifestações de seu dinamismo, mas atrofiada, uma vida da graça que é vida, porque não se tem pecado mortal, mas que é uma vida com um mínimo de vitalidade? Outras vezes a secura, a aridez na oração, em suas relações com Deus, podem não por sua culpa, mas permissão de Deus, provação a que Deus o/a expõe. Talvez você tenha experimentado dias e mesmo épocas, nas quais, ao colocar-se em oração, você o fazia sem gosto, sem vontade, melhor dizendo, não sentia nada: nenhum atrativo pela oração, Deus não o/a atraía, não o/a chamava, parecia estar surdo a seus pedidos e é possível que, nessas circunstâncias, você tenha deixado de orar, de se entreter com Deus, afastando-se da vida espiritual. Não era isso o que você devia ter feito. Se Deus lhe tirou o gosto pela oração, você devia orar sem gosto, mas com fidelidade à sua obrigação. Porque, orar somente quando se tiver e sentir gosto é prova evidente de que se ora não por Deus, mas por gosto pessoal; ao passo que, orar, mesmo quando não se tiver apetência para isso, ainda que não se experimente nenhum gosto, é sinal evidente de que não se busca a si mesmo, mas sim a Deus na oração” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite