Sexta, 23 de agosto de 2024

(2Cor 10,17—11,2; Sl 148; Mt 13,44-46) Santa Rosa de Lima, padroeira da américa Latina.

“O reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” Mt 13,44.

“Não era fácil crer em Jesus. Alguns se sentiam atraídos por suas palavras. Em outros, pelo contrário, surgiam não poucas dúvidas. Seria razoável seguir a Jesus, ou seria uma loucura? Hoje acontece o mesmo: vale a pena comprometer-se em seu projeto de humanizar a vida, ou é mais prático ocupar-nos com nosso próprio bem-estar? Neste ínterim, pode nossa vida passar sem tomarmos nenhuma decisão. Jesus conta duas breves parábolas. Em ambos os relatos, o respectivo protagonista se encontra com um tesouro sumamente valioso ou com uma pérola de valor incalculável. Ambos reagem do mesmo modo: vendem tudo o que têm e se fazem com o tesouro ou a pérola. É, sem dúvida, o mais sensato e razoável que podem fazer. O Reino de Deus está ‘oculto’. Muitos não descobriram ainda o grande projeto de Deus para um mundo novo. Mas não é um mistério inacessível. Esta ‘oculto’ em Jesus, em sua vida e em sua mensagem. Uma comunidade cristã que não descobriu o Reino de Deus, não conhece bem a Jesus, não pode seguir seus passos. A descoberta do Reino de Deus muda a vida de quem o descobre. Sua ‘alegria’ é inconfundível. Encontrou o essencial, o melhor de Jesus, o que pode transformar sua vida. Se nós cristãos não descobrimos o projeto de Jesus, na Igreja não haverá alegria. Os dois protagonistas das parábolas tomam a mesma decisão: ‘vendem tudo o que têm’. Nada é mais importante do que ‘buscar o Reino de Deus e sua justiça’. Tudo o mais vem depois, é relativo e há de ficar subordinado ao projeto de Deus. Esta é a decisão mais importante a ser tomada na Igreja e nas comunidades cristãs: libertar-nos de tantas coisas acidentais para comprometer-nos no Reino de Deus. Despojar-nos do supérfluo. Esquecer-nos de outros interesses. Saber ‘perder’ para ‘ganhar’ em autenticidade. Se o fizermos, estaremos colaborando na conversão da Igreja” (José Antonio Pagola – O Caminho Aberto por Jesus – Mateus – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite