Segunda, 19 de agosto de 2024

(Ez 24,15-24; Sl Dt 32; Mt 19,16-22) 20ª Semana do Tempo Comum.

“Alguém aproximou-se de Jesus e disse: ‘Mestre, o que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?’”

Mt 19,16.

“Jesus está falando perante uma multidão que o escuta com avidez; no meio da multidão, encontra-se um jovem de olhar ouro e de coração simples; esse jovem, tendo Jesus terminado sua alocução, apresenta-se a ele, desejando algo mais que o cumprimento dos preceitos da Lei; o jovem espera de Jesus uma norma de vida mais perfeita que os mandamentos para garantir a vida eterna; não espera que Jesus o envie franca e simplesmente aos mandamentos do Decálogo. O jovem sentia desejos de perfeição; queria ser algo mais que um simples cumpridor da Lei; havia-se sentido influenciado pela santidade que vislumbrava nas palavras de Jesus. Por isso, dirige-se ao Mestre e pergunta-lhe: ‘Que devo fazer?’. E assim o faz o Mestre; recorda-lhe primeiramente a observância dos mandamentos; porém, abre-lhe o caminho para uma vida perfeita: o desapego voluntário que lhe permitirá seguir aquele que nada possui. Porém o jovem não se anima e retrocede, fica desiludido e desilude Jesus, que tinha posto o olhar nele como num futuro apóstolo. Cada um de nós, em determinado momento da vida, teve de fazer essa mesma pergunta ao bom Mestre: ‘Que devo fazer?’ (v. 16). Que queres que eu faça? Qual é a tua vontade a meu respeito? A vida é um chamado de Deus, e nós temos de conhecer para que nos chama. Ao jovem do evangelho, Jesus descobriu provavelmente; porém agora resta-nos responder devidamente ao chamado. O primeiro passo que devemos dar para chegar à perfeição é desejá-la sinceramente e de todo coração; é verdade que, se esses desejos forem estéreis porque não se refletem nas obras, para nada nos servem concretamente; porém, é certo também que não se chega às boas obras sem um desejo prévio de melhora e perfeição” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite