Quinta, 22 de agosto de 2024

(Is 9,1-6; Sl 112[113]; Lc 1,26-38) Bem-aventurada Virgem Maria Rainha.

“O anjo entrou onde ela estava e disse: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo’” Lc 1,28.

“Retoma a festa de hoje, e completa, o tema da solenidade da Assunção. ‘Assunta à glória celeste em corpo e alma’, foi Maria ‘pelo Senhor exaltada como Rainha do Universo, a fim de mais plenamente se conformar com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte’ (LG 59). Durante sua vida terrena, associou-se Maria estreitamente a Cristo e a ele se conformou a ponto de a Paixão de Jesus traspassar-lhe a alma: agonizante, ofereceu-lhe ao Pai. Convinha, pois, que a ele estivesse unida também na glória. Portanto, a Liturgia reconhece a Nossa Senhora o título de Rainha e como tal a celebra assentada junto ao Rei, seu Filho: ‘Resplandece a Rainha à vossa direita’ (Sl 45,10; Salmo de meditação da solenidade da Assunção). Resplandece Maria pela sua Imaculada Conceição, pela plenitude de graça que a adorna, pelo privilégio de Mãe de Deus, pelo doloroso martírio sofrido juntamente com o Filho, pela incomparável fé, pela intacta virgindade, pela profundíssima humildade, pelo amor que se doa sem medida. Tais prerrogativas fazem de Maria a Rainha dos Apóstolos e dos Mártires, dos Confessores e das Virgens, de todos os Santos e até dos Anjos. Sua realeza não tem origem terrena. Provém exclusivamente da realeza do Filho. Preconizara-o Isaías como aquele que leva ‘sobre os ombros o sinal da soberania, e é chamado pai perpétuo, príncipe da paz’ (9,5). O anjo Gabriel o declara expressamente: ‘Filho do Altíssimo’ a quem ‘o Senhor Deus... dará o trono de Davi seu Pai, e reinará... eternamente e seu reino jamais terá fim’ (Lc 1,32-33). Tornando-se Filho de Maria, Jesus dela recebe a humanidade e torna-a participante de sua realeza divina. À Virgem, tão humilde e elevada, a Igreja dirige, comovida, as palavras do Salmista: ‘Escuta, filha, vê e presta atenção: esquece teu povo e a casa de teu pai. Encanta-se o rei com a tua beleza’ (Sl 45,11-12). Criatura alguma é tão amada de Deus quanto Maria, mas também nenhuma lhe deu tanto amor! Deu-se a Cristo, seu Rei e Filho, esquecendo por ele todos os seus direitos” (Gabriel de Sta. Maria Madalena, OCD – Intimidade Divina – Loyola)  

Pe. João Bosco Vieira Leite