(Is 9,1-6; Sl 112[113]; Lc 1,26-38) Bem-aventurada Virgem Maria Rainha.
“O anjo entrou onde ela estava e disse:
‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo’” Lc 1,28.
“Retoma
a festa de hoje, e completa, o tema da solenidade da Assunção. ‘Assunta à
glória celeste em corpo e alma’, foi Maria ‘pelo Senhor exaltada como Rainha do
Universo, a fim de mais plenamente se conformar com seu Filho, Senhor dos
senhores e vencedor do pecado e da morte’ (LG 59). Durante sua vida terrena,
associou-se Maria estreitamente a Cristo e a ele se conformou a ponto de a
Paixão de Jesus traspassar-lhe a alma: agonizante, ofereceu-lhe ao Pai.
Convinha, pois, que a ele estivesse unida também na glória. Portanto, a
Liturgia reconhece a Nossa Senhora o título de Rainha e como tal a celebra
assentada junto ao Rei, seu Filho: ‘Resplandece a Rainha à vossa direita’ (Sl
45,10; Salmo de meditação da solenidade da Assunção). Resplandece Maria pela
sua Imaculada Conceição, pela plenitude de graça que a adorna, pelo privilégio
de Mãe de Deus, pelo doloroso martírio sofrido juntamente com o Filho, pela
incomparável fé, pela intacta virgindade, pela profundíssima humildade, pelo
amor que se doa sem medida. Tais prerrogativas fazem de Maria a Rainha dos
Apóstolos e dos Mártires, dos Confessores e das Virgens, de todos os Santos e
até dos Anjos. Sua realeza não tem origem terrena. Provém exclusivamente da
realeza do Filho. Preconizara-o Isaías como aquele que leva ‘sobre os ombros o
sinal da soberania, e é chamado pai perpétuo, príncipe da paz’ (9,5). O anjo
Gabriel o declara expressamente: ‘Filho do Altíssimo’ a quem ‘o Senhor Deus...
dará o trono de Davi seu Pai, e reinará... eternamente e seu reino jamais terá
fim’ (Lc 1,32-33). Tornando-se Filho de Maria, Jesus dela recebe a humanidade e
torna-a participante de sua realeza divina. À Virgem, tão humilde e elevada, a
Igreja dirige, comovida, as palavras do Salmista: ‘Escuta, filha, vê e presta
atenção: esquece teu povo e a casa de teu pai. Encanta-se o rei com a tua
beleza’ (Sl 45,11-12). Criatura alguma é tão amada de Deus quanto Maria, mas
também nenhuma lhe deu tanto amor! Deu-se a Cristo, seu Rei e Filho, esquecendo
por ele todos os seus direitos” (Gabriel
de Sta. Maria Madalena, OCD – Intimidade Divina –
Loyola)
Pe. João Bosco
Vieira Leite