(Ez 34,1-11; Sl 22[23]; Mt 20,1-16) 20ª Semana do Tempo Comum.
“Assim diz o Senhor Deus: aqui estou
para enfrentar os pastores e reclamar deles as minhas ovelhas.
Vou tirar-lhes o ofício de pastor, e
eles não mais poderão apascentar-se a si mesmos.
Vou libertar da boca deles as minhas
ovelhas, para não mais lhes servirem de alimento” Ez 34,10.
“Depois
de ter recebido a notícia da queda de Jerusalém em 587 a.C., Ezequiel muda de
tom na sua pregação. O povo podia sucumbir no desespero: esperava regressar
depressa e jamais poderia imaginar, pelo contrário, ver chegar outros irmãos de
Jerusalém a engrossar o número de deportados. O profeta então começa a falar de
um novo futuro. Mas diz a verdade mesmo sobre o passado de Israel. A leitura de
hoje é uma duríssima invectiva contra aqueles que deveriam ter tomado conta do
povo e não o fizeram. [Compreender a Palavra:] Na opinião de Ezequiel, Israel
fora conduzido à ruína atual por uma série de maus pastores (reis e falsos
profetas), que não pensaram no bem do povo. Serviam-se, pelo contrário, do
povo, para conseguir o seu próprio proveito. Depois da segunda deportação, no
ano 587 a.C., a situação dos que tinham ficado na terra era ainda pior,
abandonados ao poder de ladrões e lobos furiosos. A boa notícia que Ezequiel dá
é esta: ‘O Senhor vai cuidar pessoalmente do seu povo’ (v. 11). É Ele o
verdadeiro rei de Israel. Alguns salmos, provavelmente compostos naquele
período – os chamados salmos de JHWH rei – dizem que o Senhor é rei ainda antes
de Davi, melhor, ainda antes de Moisés. É Ele o Criador, capaz de formar agora
um povo novo” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de
XVIII-XXXIV] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite