Quarta, 21 de agosto de 2024

(Ez 34,1-11; Sl 22[23]; Mt 20,1-16) 20ª Semana do Tempo Comum.

“Assim diz o Senhor Deus: aqui estou para enfrentar os pastores e reclamar deles as minhas ovelhas.

Vou tirar-lhes o ofício de pastor, e eles não mais poderão apascentar-se a si mesmos.

Vou libertar da boca deles as minhas ovelhas, para não mais lhes servirem de alimento” Ez 34,10.

“Depois de ter recebido a notícia da queda de Jerusalém em 587 a.C., Ezequiel muda de tom na sua pregação. O povo podia sucumbir no desespero: esperava regressar depressa e jamais poderia imaginar, pelo contrário, ver chegar outros irmãos de Jerusalém a engrossar o número de deportados. O profeta então começa a falar de um novo futuro. Mas diz a verdade mesmo sobre o passado de Israel. A leitura de hoje é uma duríssima invectiva contra aqueles que deveriam ter tomado conta do povo e não o fizeram. [Compreender a Palavra:] Na opinião de Ezequiel, Israel fora conduzido à ruína atual por uma série de maus pastores (reis e falsos profetas), que não pensaram no bem do povo. Serviam-se, pelo contrário, do povo, para conseguir o seu próprio proveito. Depois da segunda deportação, no ano 587 a.C., a situação dos que tinham ficado na terra era ainda pior, abandonados ao poder de ladrões e lobos furiosos. A boa notícia que Ezequiel dá é esta: ‘O Senhor vai cuidar pessoalmente do seu povo’ (v. 11). É Ele o verdadeiro rei de Israel. Alguns salmos, provavelmente compostos naquele período – os chamados salmos de JHWH rei – dizem que o Senhor é rei ainda antes de Davi, melhor, ainda antes de Moisés. É Ele o Criador, capaz de formar agora um povo novo” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de XVIII-XXXIV] – Paulus).  

 Pe. João Bosco Vieira Leite