Quarta, 14 de agosto de 2024

(Ez 9,1-7; 10,18-22; Sl 112[113]; Mt 18,15-20) 19ª Semana do Tempo Comum.

“De novo eu vos digo, se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso vos será concedido por meu Pai que está nos céus” Mt 18,19.

“Toda a vida da Igreja e do cristão deve estar informada pela caridade. Essa caridade terá duas expressões ou manifestações: a correção fraterna e a oração comunitária. Pela primeira vez, expressa-se o autêntico amor fraterno, tendo o cuidado de não fazer do zelo uma função policial para com o próximo; não é este o pensamento de Jesus Cristo; a caridade sempre há de buscar o bem do próximo e a primeira exigência da caridade e da justiça é não divulgar o segredo. Outra manifestação da caridade é a reunião dos irmãos para orar juntos; se se reúnem ‘estando de acordo...’ Quanto custa aos cristãos estar de acordo, mesmo em coisa de suma importância e de enorme gravidade para sua vida e  para a vida do mundo! Estar de acordo para orar, quer dizer possuir um mesmo espírito de unidade, sendo todos um pelo amor de um mesmo Espírito, agindo todos movidos pela caridade, pelo desejo sincero de agradar ao Pai celestial e de ser proveito para o próximo. Estar de acordo é o que costuma faltar com mais frequência entre os cristãos comprometidos, que querem levar adiante o Reino de Deus, mas enquanto o Reino de Deus estiver em conformidade com seus critérios, ou suas maneiras de ser, ou com suas conveniências e interesses. É esta a causa de tantos fracassos apostólicos de tantos empreendimentos belamente concebidos num ambiente de verdadeiro zelo; porém, logo boicotadas pela falta de união dos que devem levar adiante. No entanto, se esses cristãos ‘se colocarem de acordo’ não só quanto às metas a alcançar, mas sobretudo na unidade do amor ao Pai em Jesus Cristo pelo Espírito, então o Senhor Jesus promete sua presença misteriosa, dinâmica e santificadora entre eles. E, com a presença de Jesus, tudo de bom se pode esperar e todos os êxitos espirituais e apostólicos virão sem demora. Essa presença ativa de Jesus entre nós será o que fará com que nossa oração seja bem feita; a oração particular e pessoal é necessária, e nada pode supri-la; porém, a oração coletiva, ou em comunidade eclesial, tem vantagens que não podemos desconhecer e, com estas palavras, Jesus quer fortemente fomentar entre nós a oração feita em comum e devidamente feita, com o devido espírito” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite