Sexta, 15 de setembro de 2023

(Hb 5,7-9; Sl 30[31]; Jo 19,25-27) Nossa Senhora das Dores.

“Perto da cruz de Jesus estavam de pé a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena”

Jo 19,25.

“O novo calendário romano, em sintonia com a Constituição sobre a Igreja do Concílio Vaticano II, enfatizou o papel de Maria na redenção, no tocante a sua particular dependência do Filho. Mesmo a festividade deste dia segue essa diretiva conciliar, propondo a nossa reflexão o momento que resume a indizível dor de uma paixão humana e espiritual única: a conclusão do sacrifício de Cristo, cuja morte na cruz é o ponto culminante da redenção e da ‘co-redenção’ de Maria, uma vez que, como mãe, ela vive na própria alma os sofrimentos do Filho.  A teologia e a piedade cristã na Idade Média puseram em relevo a Paixão de Cristo e a compaixão de Maria, o Homem das dores e a Dolorosa. O ‘Stabat Mater’, de Tiago de Todi, é o exemplo mais notável. A lírica intensidade deste ‘Pranto’ comoveu gerações no devoto exercício da via crucis. A devoção a Nossa Senhora das Dores fixou, simbolicamente, em sete as dores da co-redentora, segundo outros tantos episódios narrados no Evangelho: a profecia do velho Simeão (uma espada transpassará a alma); a fuga para o Egito; a perda de Jesus aos 12 anos, durante a peregrinação a Jerusalém; a caminhada de Jesus até o Gólgota; a crucifixão; a deposição da cruz e a sepultura. A ordem dos Servos de Maria, que inicialmente tinha como nome Companhia de Maria das Dolorosa, obteve em 1667 a aprovação das celebrações litúrgicas das sete dores de Maria, que Pio VII inseriu no calendário romano, colocando-a no terceiro domingo de setembro. São Pio X fixou a data em 15 de setembro e o novo calendário litúrgico, embora reduzindo a celebração a simples memória, conservou-a com a denominação mais apropriada de Nossa Senhora das Dores, enfatizando a co-participação da mãe nas dores do Filho crucificado e no mútuo amor sacrificial e sofredor de Jesus e Maria” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite