(Hb 5,7-9; Sl 30[31]; Jo 19,25-27) Nossa Senhora das Dores.
“Perto da cruz de Jesus estavam de pé a sua mãe, a
irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena”
Jo 19,25.
“O novo calendário romano, em sintonia com a
Constituição sobre a Igreja do Concílio Vaticano II, enfatizou o papel de Maria
na redenção, no tocante a sua particular dependência do Filho. Mesmo a
festividade deste dia segue essa diretiva conciliar, propondo a nossa
reflexão o momento que resume a indizível dor de uma paixão humana e
espiritual única: a conclusão do sacrifício de Cristo, cuja morte na cruz é o
ponto culminante da redenção e da ‘co-redenção’ de Maria, uma vez que, como
mãe, ela vive na própria alma os sofrimentos do Filho. A teologia e a
piedade cristã na Idade Média puseram em relevo a Paixão de Cristo e a
compaixão de Maria, o Homem das dores e a Dolorosa. O ‘Stabat Mater’, de Tiago
de Todi, é o exemplo mais notável. A lírica intensidade deste ‘Pranto’ comoveu
gerações no devoto exercício da via crucis. A devoção a Nossa Senhora das Dores
fixou, simbolicamente, em sete as dores da co-redentora, segundo outros tantos
episódios narrados no Evangelho: a profecia do velho Simeão (uma espada
transpassará a alma); a fuga para o Egito; a perda de Jesus aos 12 anos,
durante a peregrinação a Jerusalém; a caminhada de Jesus até o Gólgota; a
crucifixão; a deposição da cruz e a sepultura. A ordem dos Servos de Maria, que
inicialmente tinha como nome Companhia de Maria das Dolorosa, obteve em 1667 a
aprovação das celebrações litúrgicas das sete dores de Maria, que Pio VII
inseriu no calendário romano, colocando-a no terceiro domingo de setembro. São
Pio X fixou a data em 15 de setembro e o novo calendário litúrgico, embora
reduzindo a celebração a simples memória, conservou-a com a denominação mais
apropriada de Nossa Senhora das Dores, enfatizando a co-participação da mãe nas
dores do Filho crucificado e no mútuo amor sacrificial e sofredor de Jesus e
Maria” (Mario Sgarbosa – Os
santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite