Sexta, 08 de setembro de 2023

(Mq 5,1-4; Sl 70[71]; 12[13]; Mt 1,1-16.18-23) Natividade de Nossa Senhora.

“Jacó gerou José, o esposo de Maria, do qual nasceu Jesus, que é chamado Jesus, que é chamado o Cristo”

Mt 1,16.

“Os momentos principais na vida da Virgem são comemorados pela Igreja (tanto no Ocidente como no Oriente) com solenidades litúrgicas, no decurso do ano. Neste dia se celebra o seu nascimento. O nascimento de Maria resume a longa preparação e o início da realização da promessa messiânica. Em Maria, filha do povo de Israel, o amor de Deus se projeta sobre toda a humanidade. Nesse projeto divino ela é a conexão entre o antigo e o novo pacto. Maria foi concebida como todos os filhos de Adão, mediante a relação conjugal de seus genitores. Só Jesus fará exceção à ordem da natureza. Maria viu a luz neste mundo conforme esta ordem, se bem que nela houvesse a plenitude da graça desde o primeiro instante da concepção. Mas o olhar da menina Maria, diz Bernanos, ‘é o único verdadeiramente infantil, o único olhar de criança que jamais se levantou sobre nossa vergonha... Olhar inconcebível, inexprimível, que a torna mais jovem que o pecado, mais jovem do que a estirpe da qual saiu’. Por ser Deus quem se refletia naquele olhar de menina, este era já imensamente superior ao de todos os outros santos. Uma santidade em crescendo, como será a de seu divino Filho, que ‘crescia em idade e graça’ mediante aquela aceleração no progresso espiritual – como diz são Tomás – semelhante à lei da queda do corpo no vácuo. Isso porque quanto mais uma alma caminha para Deus, mais celeremente Deus a atrai. Essa menina é, pois, o verdadeiro protótipo da criação, como tinha saído de suas mãos ‘na aurora do seu esplendor original’. E neste dia a Igreja universal se curva, em reverente contemplação, sobre o berço de Maria menina, para admirar nela a intata beleza da qual era revestida a criatura antes do pecado” (Mario Sgarbosa – Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas). 

Pe. João Bosco Vieira Leite