Segunda, 11 de setembro de 2023

(Cl 1,24—2,3; Sl 61[62]; Lc 6,6-11) 23ª Semana do Tempo Comum.

“Alegro-me de tudo o que já sofri por vós e procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo, em solidariedade com o seu corpo, isto é, a Igreja” Cl 1,24.

“Todo mundo sofre. Sofre por si mesmo. É doença. Pancada. Pobreza. Fome. Desilusão. Velhice. Decrepitude. Angústia pela vida a se escoar em dias e anos. Mas há também um sofrer pelo outro. E esse tipo de sofrimento se torna insuportável porque é ver uma tragédia sem nada poder fazer para evita-la. É a mãe, por exemplo, que vê o filho se desmanchar nas drogas ou na sua pura ausência de juízo. É o pai que vê o filho desperdiçar talento em coisas de pouco ou nenhum valor. Por isso, não causa estranheza um homem como Paulo, o Apóstolo, sofrer como as pessoas a quem havia pregado o Evangelho. De fato, ele tinha inúmeros motivos para sofrer não só em decorrência de si próprio como também em decorrência da situação em que se achavam seus filhos espirituais. Embora fosse aparentemente mais fácil crer naqueles tempos, pois as religiões pululavam, na verdade não era fácil porque a mensagem cristã trazia componentes diferentes: rejeitava o politeísmo e, principalmente, recusava o culto ao imperador. Além do mais, colocando o escravo no mesmo nível do seu dono, solapava o modo de produção daquela época, todo ele baseado na escravidão, a qual tinha como justificativa ideológica a opinião de ser o escravo um ser inferior, um instrumento capaz de falar. Juntando isso a lembrança pessoal de haver sido ele próprio um perseguidor da Igreja cristã, Paulo não só podia imaginar a angústia dos seus paroquianos como ainda sofrer por eles numa escala tão grande que seria como um sofrimento redentor. – Senhor Jesus, faze-nos ter a solidariedade e compaixão do Apóstolo Paulo para de fato nos importarmos com os sofrimentos dos nossos irmãos ao redor do mundo, que estão sofrendo por causa da confissão de teu nome, a fim de realizarmos ações concretas para ajuda-los. Amém” (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite