(Es 1,1-6; Sl 125[126]; Lc 8,16-18) 25ª Semana do Tempo Comum.
“Quem, dentre vós todos, pertence ao povo? Que o Senhor, seu Deus,
esteja com ele, e que se ponha a caminho e suba a Jerusalém, e construa o
templo do Senhor, Deus de Israel, o Deus que está em Jerusalém” Es 1,3.
“No começo do Livro de Esdras,
que constituía leitura de hoje, é transcrito o édito de Ciro, com o qual se põe
ponto final ao período do exílio dos hebreus em Babilônia, e lhes é concedida a
possibilidade de regressar à pátria e de reconstruir o Templo, símbolo da sua
fé e do culto. As palavras de Ciro não devem ser entendidas como a sua
conversão a JHWH. Trata-se de uma legitimação do culto de um povo súdito,
ditada sobretudo por oportunidades políticas. O versículo 4-6 narram a partida
dos hebreus para regressarem à pátria, com tonalidades que lembram a saída do
Egito, aquando do êxodo. [Compreender a Palavra:] A história do Livro de Esdras é não só
narrada, mas também interpretada à luz da fé no Senhor. Isto sobressai
claramente a partir do primeiro versículo do Livro, no qual se dão as
coordenadas teológicas em que se coloca tudo o que depois será narrado: ‘...
para se cumprir a palavra do Senhor, pronunciada pela boca de Jeremias...’ A
maioria da população de Judá não foi deportada para a Babilônia. Depois do
exílio, o impulso para a renovação foi dado precisamente pelos exilados
regressados à pátria. O decreto de Ciro, incluído neste texto, recorda que a
dominação persa (539-331 a.C.) foi entendida por Israel como uma libertação, ao
invés da dominação babilônica. Segundo o historiador judeu, não foi Ciro, mas
sim a palavra inspirada do profeta Jeremias (cf. v.1) que deu origem a
libertação. Através dessa palavra, Deus age sobre Ciro, o qual permite o
regresso dos deportados à pátria e a reconstrução do Templo” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 2] –
Paulus).
Pe. João Bosco Vieira
Leite